Na manhã desta sexta-feira (18), a Polícia Federal (PF) realizou uma operação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Agentes cumpriram mandados de busca e apreensão na casa dele, no Jardim Botânico (Brasília), e na sede nacional do Partido Liberal (PL). A ação, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), também impôs ao ex-presidente medidas cautelares rigorosas.

O que foi determinado:

• Bolsonaro passará a usar tornozeleira eletrônica;
• Fica proibido de usar redes sociais;
• Deve permanecer em casa das 19h às 7h (recolhimento noturno) e aos finais de semana;
• Não pode se comunicar com embaixadores, diplomatas estrangeiros, outros investigados ou réus do STF;
• Está banido de se aproximar de embaixadas.

Segundo fontes da investigação, a PF encontrou na residência de Bolsonaro:

• US$ 14 mil e R$ 8 mil em espécie;
• Um pendrive escondido no banheiro;
• Cópias de documentos da ação judicial da plataforma Rumble contra o ministro Moraes nos EUA.

O ex-presidente foi levado à Secretaria de Administração Penitenciária para instalação da tornozeleira.

A PF e o STF suspeitam que Bolsonaro cometeu crimes de obstrução à Justiça, coação no curso do processo e ataque à soberania nacional. Investigadores também identificaram risco de fuga do país – citando especificamente a possibilidade de ele buscar asilo nos EUA, onde seu filho, Eduardo Bolsonaro, está articulando apoio e instigando contra a sua própria pátria.

A operação ocorre na reta final do processo que investiga Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Na segunda-feira (14), a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou suas alegações finais, onde pediu a condenação de Bolsonaro pelos crimes de liderar organização criminosa armada; tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; dano contra patrimônio da União; e deterioração de patrimônio tombado. A pena pode ultrapassar 40 anos de prisão.

*Em Atualização