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A ENGENHARIA PRECISA GANHAR O RESPEITO DA SOCIEDADE

A Engenharia está presente em quase tudo, sendo a razão de ser do mundo artificial. De fato, tudo o que não é regra de convívio ou substância orgânica natural decorre da aplicação da Engenharia.

Basta um olhar no entorno para verificar a onipresença da Engenharia – o piso, o teto, as paredes, as tintas, as lâmpadas, os fios, as tomadas, a geladeira, o fogão, o ar-condicionado, os pratos, os talheres, o computador, as escadas, os elevadores, as ruas, avenidas e estradas, os portos e aeroportos, a água tratada, o sistema de saneamento, os carros, os tecidos, os plásticos, os ônibus, os caminhões, os trens, os navios, os foguetes, os combustíveis, as ruas, as panelas, os óculos, as muletas, os móveis, enfim quase tudo decorre da aplicação da Engenharia. Há muita Engenharia até mesmo nas pessoas, nos animais e nos vegetais – nas próteses, nos pinos ósseos, na higiene pessoal, nos aparelhos ortopédicos e ortodônticos, na química embutida nos remédios, nas misturas, adubos e fertilizantes, nos vermífugos, nos agrotóxicos, nos melhoramentos genéticos.

A Engenharia está por toda a parte. Não é sem razão que cerca de 65% do PIB do País decorre da aplicação direta da Engenharia.

A Engenharia está tão presente na vida das pessoas que chega a passar despercebida, como se fizesse parte da paisagem.

Talvez esta seja uma das explicações para o fato de que, embora sejam uma espécie de sócio menor da obra de Deus (por construir o mundo artificial), os profissionais da Engenharia não receberem o destaque merecido.

Aliás, esta subvalorização contamina as relações sociais e, a despeito de ela [a Engenharia] ser o elemento básico da construção das coisas, nem mesmo o governo não reconhece a Engenharia como um elemento elemento estratégico dos processos de crescimento econômico, de garantia da soberania nacional e de promoção do bem-estar social.

É preciso mudar esta situação.

Apesar de esta não ser uma tarefa exclusiva dos profissionais da Engenharia ou dos engenheiros, a eles cabe um expressivo quinhão de responsabilidade pelos esforços para despertar a atenção e o consequente (e merecido) reconhecimento da sociedade pela sua importância econômica e social.

Nesta ambiência comportamental, se os engenheiros ingressarem nas lutas sociais e passarem a mostrar as soluções possíveis à Engenharia e a contribuição que podem oferecer para a superação de problemas como habitação, saneamento, transporte, mobilidade, alimentação, democracia, logística e tantos outros, talvez a sociedade (e, nesta esteira, o governo) passe a reconhecer mais nitidamente a importância da Engenharia (e dos profissionais que a executam).

Considerando que a Engenharia está na substância de quase tudo, o reconhecimento da sua importância e o empoderamento dos profissionais atuantes no seu universo podem dar grande impulso ao esforço da sociedade superar os seus problemas.

Este é um desafio a ser enfrentado.

Alexandre Santos – Ex-presidente do Clube de Engenharia de Pernambuco, coordenador-geral da série ‘Engenharia & Desenvolvimento’ e membro da Academia Pernambucana de Engenharia.

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Alexandre Santos

Alexandre Santos – Engenheiro Civil, ex presidente do Clube de Engenharia de Pernambuco e Coordenador-geral da série ‘Engenharia & Desenvolvimento’ do Canal Arte Agora.

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