06 de agosto: 80 anos da bomba em Hiroshima
Há 80 anos os Estado Unidos cometiam um genocídio que ficou marcada para a história com fotos de horripilar qualquer ser humano digno dessa natureza.

Dia de 6 de agosto de 1945 às 6h30 foi jogada a bomba atômica sobre Hiroshima, sobre vilas de habitantes.
Passados tantos anos e jamais esse país fez qualquer gesto de pedido de perdão àqueles inocentes que ceifou as vidas e deixou trágicas sequelas nos sobreviventes.
Quando erros não são reconhecidos, mas, pelo contrário, enaltecidos, como foi pelo Eduardo Bolsonaro, se torna para o agressor como uma jurisprudência histórica para manter a lógica.
O imperialismo estadunidense, na gestão trumpista, tem escancarado a sua natureza agressora, bélica, híbrida, lawfare, econômica e financeira, as quais vão das guerras terceirizadas, passam por sanções, embargos, sequestros de bens alheios, à atual guerra tarifária.
A história desse país mostra que só conhecem a força como meio de conquista ou persuasão.
O Brasil deve elaborar um planejamento de proação antes que se encontre numa circunstância frágil.
Alianças múltiplas na área econômica e militar, bem como um plano de aceleração da reindustrialização, da reforma agrária, e do desenvolvimento tecnológico.
A história ensina, contudo, precisa de alunos que queiram aprender.
Francisco Celso Calmon.
Não importa
Hoje muitos corações estão em Hiroxima.
Todo seis de agosto é assim.
Pombas voam, agitam-se bandeirinhas
Turistas fotografam, crianças ensaiadas cantam.
Nossos corações são de Hiroxima
Mesmo se disso já fizeram um espetáculo.
Nem precisa ser seis de agosto
Basta que nos lembremos.
Jovens declamam, discursam políticos
Mas numa hora batem no sino em Hiroxima.
No oco dos nossos corações batem.
Todo ano é assim, como as quatro estações.
Um dia Auschwitz, hoje Hiroxima
Nova Iorque em seguida, Stalingrado depois.
Ou Xangai, Cartago, Dien Bien Phu, Curupaiti.
Estamos cheios de história.
Hiroxima dia seis, Nagazaki dia nove.
Hiroxima-e-Nagazaki
Feitas irmãs siamesas pelas bombas A.
Nossos corações estão sempre em toda parte
Mas hoje pertencem a Hiroxima
Onde na hora exata batem no sino
Para de novo abrir-se a onívora flor de energia.
Jamais esqueceremos.
Sempre um sino bate, sempre pombas voam
E em nossos corações a dor pelo que não fizemos.
Ou fizemos, no Antes de nós mesmos?
Ou farão, devido ao nosso rumo?
Uma dor que vem do Depois.
Sempre é assim, sempre.
A história está cheia de explicações.
Mas isso hoje não importa.
Fernando Achiamé, em “Livro novíssimo”.