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Trump está com saudade da época em que era animador de auditório, pois está histriônico, por Francisco Celso Calmon

Entre postagens nas rede sociais em tom de urgência e comando, discursos de teor eugenista e fascista nos palanques, sempre bem decorados com as cores da bandeira americana e bonés do “Make America Great Again” por todo lado, ameaças constantes de taxação sob outros países (quase como um cachorro latindo sozinho para uma parede), fica evidente o desespero crescente de Donald Trump para que os holofotes se mantenham nele, custe o que custar.

Trump transforma a política num circo de horrores: todo palanque que pisa vira palco onde a xenofobia vira piada, a democracia é trucada, e a História é reescrita a golpes de retórica vazia. 

Sua política é o excepcionalismo americano, como cortina de fumaça para a queda de uma nação que, sob seu delírio, troca liderança por egolatria.

Os bonés e bandeiras são a cenografia de um país que virou palco para seu narcisismo patológico.

A reação do Trump mostra que os BRICS estão no caminho certo.

Seu pânico não é acidental: o multilateralismo dos BRICS ameaça o monopólio do dólar, expõe a hipocrisia do soft power americano, e desmonta a farsa do “livre mercado”, que só existe quando convém a Wall Street.

Esse medo de Trump está fazendo-o montar uma política que vai levar ao isolamento dos EUA e aos países terem armas nucleares.

Seu unilateralismo birrento acelera o que teme: ao sufocar alianças, empurra Europa e Ásia para novos eixos; ao ameaçar rivais, normaliza o armamentismo como única moeda de defesa. 

Trump acredita ser um rei em um ficção de fantasia: está construindo seus muros mais altos que nunca para suas terras virarem seu castelo imperial impenetrável, está “bravamente” lutando e deportando todos os que botam em perigo a integridade do seu projeto dos Estados Unidos neonazifascistas.

Enquanto isso, na realidade, o mundo todo vê, sem grande surpresa nos rostos, a queda gradual dos EUA sendo a cada dia mais agravada por seu representante, que mais se parece com uma criança barulhenta e birrenta do que qualquer outra coisa. 

Agora está ficando transparente o que é a luta de classes, ou precisa desenhar mais ainda?  

O congresso nacional da plutocracia está mostrando que não há como fingir ou fazer como o avestruz e esconder a cabeça em relação às contradições principais de uma sociedade capitalista, que é exatamente capital versus trabalho, classe dominante versus classe dominada, exploração dos capitalistas aos trabalhadores, o lucro como apropriação da mais-valia. Tudo isso leva os pobres de um lado e os ricos de outro. 

A lógica é implacável: o que leva ao enriquecimento de uns poucos leva ao empobrecimento de muitos. 

Lula reafirma a soberania do país ante a intromissão de Trump, e internamente passou a usar os óculos da luta de classes. Sim, porque até então era eles contra nós, agora a chave foi virada: é o povo querendo justiça tributária, agora somos nós contra eles, os super ricos, encastelados no Congresso.

Nós contra eles em convivência pacífica dentro da democracia, este é o eixo para a construção de um estado de bem-estar social. 

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Francisco Celso Calmon

Francisco Celso Calmon, Analista de TI, administrador, advogado, autor dos livros Sequestro Moral – E o PT com isso?, Combates Pela Democracia, 60 anos do golpe: gerações em luta, Memórias e fantasias de um combatente; coautor em Resistência ao Golpe de 2016 e em Uma Sentença Anunciada – o Processo Lula. Coordenador do canal Pororoca e um dos organizadores da RBMVJ.

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