Mesa Diretora do Senado ocupada; Senadores bolsonaristas de extrema-direita agem como moleques
(Fonte: Metrópoles. O Canal Pororoca reconhece a autoria integral do portal sobre o texto.)
Senadores bolsonaristas ocuparam a Mesa Diretora do plenário do Senado na tarde desta terça-feira (5/8). O grupo promete permanecer no local até que a Casa dê uma “resposta” à prisão e às demais sanções impostas pelo ministro do STF Alexandre de Moraes ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Estão sentados na Mesa do plenário os senadores Damares Alves (Republicanos-DF), Jorge Seif (PL-SC), Jaime Bagattoli (PL-SC), Izalci Lucas (PL-DF), Eduardo Girão (Novo-CE) e Magno Malta (PL-ES). Este último ocupa a cadeira do presidente Davi Alcolumbre (União-AP).
Veja o vídeo:
À coluna Damares Alves afirmou que ela e os demais senadores bolsonaristas não pretendem levantar da Mesa, nem mesmo quando Alcolumbre chegar para presidir a sessão. “E ele não vai mandar a polícia retirar uma senadora idosa”, afirmou a parlamentar do Distrito Federal.
Bolsonaristas prometem repetir gesto na Câmara
Líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ) afirmou que os deputados federais bolsonaristas também pretendem ocupar a Mesa Diretora da Casa nesta terça-feira, quando o presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) passará o dia fora de Brasília.
Mais cedo, em coletiva de imprensa, a oposição já tinha anunciado que entraria em obstrução total. “Vamos, a partir de agora, entrar em obstrução total na Câmara. Segundo informações, também no Senado. Não vamos recuar enquanto não houver caminhos para a pacificação”, disse o líder do PL.
A Deputada Federal Jackeline Rocha (PT), se posicionou nas redes sociais diante o ocorrido: “Bolsonaristas atacam a democracia e as mulheres! Hoje, ocupam a Mesa Diretora da Câmara para bloquear sessões que investigam os crimes de Bolsonaro, calando a voz do povo.
Mas nós, Bancada Feminina, resistimos: somos a trincheira institucional das mulheres que constroem democracia. Nossa força transformadora – feita de sensibilidade e palavra – não será silenciada. Enquanto eles sabotam a instituição, nós defendemos a vida, a justiça e os direitos de todas. A violência política contra as mulheres é um ataque à democracia. E a democracia será feminina!“
A fala da deputada Jack Rocha ficou enviesada, pois a ocupação física da mesa, símbolo do exercício da função do parlamento, não foi contra as mulheres, e sim contra a própria instituição. É forçação do identitarismo que divide.
Lindbergh Farias, também Deputado Federal do PT, publicou o seguinte vídeo de repúdio aos deputados bolsonaristas em suas redes sociais:
Eles, os moleques, estão fazendo o trabalho planejado pela CIA.
Impedir o funcionamento do Poder Legislativo por uma fração diminuta dos seus próprios componentes é uma demonstração de avacalhar a instituição por meio da truculência física e fazer crer que a democracia no país não está funcionando.
Parlamento é o lugar para parlar, quer dizer, conversar, dialogar, não para valer-se da força.
A ocupação física de uma mesa que simboliza o poder de uma instituição (como no caso do Senado ou da Câmara) é, em última instância, um atentado à democracia.