ArtigosDestaquesEditorialMemórias

09 de agosto: 80 anos da bomba em Nagasaki

Em continuidade ao editorial que publicamos sobre a bomba nuclear em Hiroshima, a tragédia repetida em Nagasaki desmente a justificativa dos Estados Unidos, que alegavam demonstrar seu poder atômico para encerrar a guerra. Portanto, o ataque a Nagasaki foi uma demonstração de total desprezo pela vida humana, pela vida de civis, e não há como não classificar esse ato como genocídio.

Os Estados Unidos são réus perante o tribunal da história da humanidade.

(Fonte: Brasil247. O Canal Pororoca reconhece a autoria integral do portal sobre o texto abaixo)

Milhares de pessoas se reuniram neste sábado (9) em Nagasaki, no Japão, para marcar o 80º aniversário do bombardeio atômico que devastou a cidade em 1945. Em um discurso contundente, o prefeito Shiro Suzuki alertou que os atuais conflitos globais podem conduzir o mundo novamente ao perigo de uma guerra nuclear. As informações são da Reuters.

A tragédia ocorreu em 9 de agosto de 1945, quando os Estados Unidos lançaram a bomba de plutônio-239 apelidada de “Fat Man” sobre Nagasaki, matando instantaneamente cerca de 27 mil pessoas, de uma população estimada em 200 mil. Até o fim daquele ano, o número de mortos devido à radiação chegou a aproximadamente 70 mil. O ataque veio três dias após a destruição de Hiroshima por uma bomba de urânio-235, e precedeu a rendição do Japão em 15 de agosto, encerrando a Segunda Guerra Mundial.

Apelos por desarmamento e princípios da ONU

Após um minuto de silêncio às 11h02 — horário exato da explosão — Suzuki pediu que líderes mundiais retomem os princípios da Carta das Nações Unidas e apresentem um caminho concreto para a eliminação das armas nucleares.

 “Esta é uma crise de sobrevivência humana que se aproxima de cada um de nós”, declarou o prefeito.

Para reforçar seu alerta, Suzuki citou o testemunho de um sobrevivente do ataque:

 “Ao meu redor havia pessoas cujos olhos tinham saltado para fora… Corpos estavam espalhados como pedras.”

Ele questionou se não seria justamente essa perspectiva de “cidadão global” que poderia ajudar a reconstruir um mundo fragmentado, defendendo soluções baseadas em compreensão mútua e solidariedade.

Presença internacional e compromisso com a paz

A cerimônia no Parque Memorial da Paz reuniu representantes de 95 países e territórios, incluindo os Estados Unidos, Israel e Rússia. O Japão é o único país a ter sofrido ataques nucleares e mantém compromisso declarado com o desarmamento, embora não seja signatário nem observador do Tratado da ONU que proíbe armas nucleares.

O estudante Daiji Kawanaka, de 14 anos, visitante de Osaka, disse à Reuters que o momento desperta reflexões entre os jovens:

 “Acredito sinceramente que uma tragédia como essa nunca deve se repetir. Só podemos nos comprometer a dar o primeiro passo em direção à paz.”

Sobreviventes e legado da luta contra as armas nucleares

Os sobreviventes — conhecidos como hibakusha — ainda enfrentam efeitos da radiação e discriminação social. Neste ano, o número de hibakusha caiu abaixo de 100 mil pela primeira vez. Em 2024, a Nihon Hidankyo, principal organização de vítimas das bombas atômicas, recebeu o Prêmio Nobel da Paz por sua campanha por um mundo livre de armas nucleares.

Com o avanço da idade desses sobreviventes, suas histórias permanecem fundamentais para manter viva a memória da tragédia e fortalecer os esforços por um futuro sem a ameaça nuclear.

Assine nossa newsletter para receber notícias diárias!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *