Rússia acusa EUA de buscar mudança de regime na Venezuela; O BRICS deve se posicionar em prol da soberania de todas nações contra o imperialismo americano
Se os EUA subjugarem a Venezuela por meios híbridos, terá dado o passo primeiro para continuar com a sanha intervencionista. O Brasil não pode tolerar e terá que buscar apoios da China e Rússia, aliadas da Venezuela.
A soberania da América Latina é tão importante como a de cada um dos países que a compõe.
(Fonte: Brasil247. O Canal Pororoca reconhece a autoria integral do site sobre o texto abaixo.)
O embaixador da Rússia nas Nações Unidas, Vasily Nebenzya, acusou nesta sexta-feira (10) os Estados Unidos de conduzirem uma “campanha descarada de pressão política, militar e psicológica” contra o governo da Venezuela, com o objetivo de promover uma mudança de regime no país. A declaração foi feita durante uma sessão emergencial do Conselho de Segurança da ONU, convocada por Caracas após uma série de ataques norte-americanos a embarcações venezuelanas no mar do Caribe.
“Colegas, não nos enganemos. Hoje estamos lidando com uma campanha descarada para exercer pressão política, militar e psicológica sobre o governo de um Estado independente, com o único objetivo de derrubar um regime que os EUA não gostam”, afirmou Nebenzya. “Isso está sendo feito de acordo com o conjunto tradicional de ferramentas das revoluções coloridas e guerras híbridas que milhões de pessoas em todo o mundo já sofreram.”
O diplomata russo condenou energicamente os ataques contra navios civis venezuelanos, classificando-os como “flagrantes violações do direito internacional e dos direitos humanos”. Ele advertiu que Washington deve cessar imediatamente a escalada militar, que considerou baseada em “pretextos fictícios”, e evitar “um erro irreparável” ao realizar ações diretas contra a Venezuela.
Escalada militar no Caribe
Os ataques norte-americanos se intensificaram nas últimas semanas sob o argumento de combater o narcotráfico na região. Segundo o governo venezuelano, ao menos quatro ataques ocorreram desde setembro, o mais recente em 3 de outubro, nas proximidades da costa venezuelana, deixando 21 mortos.
De acordo com autoridades dos EUA, as embarcações visadas seriam utilizadas por “cartéis de drogas” que operam a partir do território venezuelano. Caracas, porém, denunciou as ações como atos de agressão e violação de soberania, decretando estado de comoção exterior e mobilizando milícias nacionais para proteger o litoral.
“A Rússia condena energicamente ataques contra buques civis, qualificando-os de flagrantes violações do direito internacional e dos direitos humanos”, reiterou Nebenzya durante a reunião.
Tensões políticas e ruptura diplomática
A escalada ocorre após o presidente Donald Trump ordenar, na quarta-feira (7), a suspensão de todos os canais diplomáticos com o governo de Nicolás Maduro, segundo o The New York Times. A medida encerra meses de contatos informais intermediados por diplomatas norte-americanos e latino-americanos.
O governo dos EUA informou ao Congresso que o país se encontra em um “conflito armado não declarado” contra o narcotráfico na região, justificando o uso das Forças Armadas em operações marítimas — que tradicionalmente eram conduzidas pela Guarda Costeira, e não pelo Pentágono.
Desde 15 de setembro, Trump tem feito declarações públicas sobre as ações, incluindo o ataque a uma embarcação que, segundo ele, transportava “narcoterroristas”. Entretanto, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, afirmou que a embarcação era colombiana e transportava cidadãos colombianos, aumentando o constrangimento diplomático em torno das operações.