DestaquesDeu na MídiaOpiniõesPolitica

Como Campos Neto livrou seu antigo empregador, e a si próprio, de denúncias de gestão fraudulenta; São todos biltres do capital financeiro

(Fonte: GGN – Luís Nassif. O Canal Pororoca reconhece a autoria integral do autor sobre o texto abaixo.)

De 2000 a 2018 Roberto Campos Neto trabalhou no Banco Santander Brasil.

Tornou-se diretor-executivo de Tesouraria e, posteriormente, chefe global de trading estruturado e renda fixa para mercados emergentes. Foi responsável por operações em Londres e Nova York, supervisionando produtos de derivativos, crédito soberano e câmbio. Ganhou reputação de técnico sofisticado, com trânsito entre os mercados brasileiro, europeu e asiático.

Segundo o Estadão, em 2017 o Santander se envolveu na compra de criptoativos e lavagem de dinheiro. “As operações descobertas pela PF envolviam compra de criptoativos e lavagem de dinheiro para organizações criminosas como o grupo terrorista Hezbollah e o Primeiro Comando da Capital (PCC)”.

A investigação da Polícia Federal começou em janeiro de 2020, na Operação Colossus.

O sigilo telemático das sedes do Santander foi quebrado, e foi solicitada a entrega de documentos de operações de câmbio mantidas com negociadores de criptomoedas. Segundo esse mesmo relato, o Santander – entre outros bancos – era apontado no processo por suspeita de “cegueira deliberada” ao permitir operações de câmbio com finalidade oculta (criptomoedas) declaradas como “aumento de capital social”, para pagar alíquota menor de IOF, por exemplo.

O banco publicou nota afirmando que não era investigado ou acusado dentro da operação, pois “cumpre integralmente a legislação e normas aplicáveis” e que “não pode comentar operações de clientes por sigilo bancário”, mas que está à disposição das autoridades para colaborar.

A Operação Colossus foi deflagrada em 22 de setembro de 2022. Em 31 de dezembro de 2022, último dia da gestão de Campos Neto à frente do Banco Central, o próprio BC, através da Resolução 277, retirou dos bancos a responsabilidade pela identificação da origem e destino do dinheiro, ficando apenas nas mãos dos clientes.

O que era crime, antes, deixou de ser crime depois. Ocorre que as operações investigadas foram feitas em um período em que ainda era crime.

Quem estava no começo e no fim da operação era o mesmo Roberto Campos Neto. A reportagem dá todo o mapa da mina, mas deixa por conta dos leitores a conclusão final.

Assine nossa newsletter para receber notícias diárias!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *