Firmar âncoras
Alcolumbre pressiona Lula a indicar Pacheco para o STF. Após indicar Dino, um comunista, graças a Deus, seria um baita retrocesso indicar Pacheco.
É necessário lembrar que ele fez dobradinha com Lira no orçamento secreto. Esse é o seu cartão de visitas.
O melhor cenário é o da posição do Lula de ter o ex-presidente do Senado concorrendo ao governo de Minas.
Colocar Pacheco no STF é fortalecer o grupo do Gilmar Mendes, o tucano do Supremo. Esse grupo representa um projeto de poder que sempre se opôs aos avanços populares. Fazer parte do grupo de Gilmar Mendes é engrossar a sua veia tucana, que impediu Lula de ir para a chefia do Gabinete da Dilma e mudou o curso da história.
Gilmar tem que perder força e não ganhar.
A submissão a essa máquina é um risco. Os que já estão lá acabam se submetendo porque ele domina a engrenagem do STF. Lembram de uma época em que o sorteio sempre o indicava?
Chega de conciliação com quem mina a base do governo. Não se pode ver só o curto prazo. Depois da escolha do Dino, tem que seguir na linha de escolhas pela esquerda. Pacheco é do PSD, antes foi do DEM, precisa falar mais?
Se fosse alinhado ao Lula, aceitaria ser candidato em Minas.
Vamos dar força para Lula não se curvar. Vamos lembrar o orçamento secreto com Lira e Pacheco, o início da usurpação de parte do poder executivo. A esperança é que Lula não ceda às pressões e indique Messias para substituir Barroso no STF. Com essa postura, zela pela sua responsabilidade de mandatário eleito para fazer o melhor para o Estado democrático de direito.
Enquanto acompanhamos, sem piscar os olhos, este jogo de xadrez democrático, uma ameaça colossal se desenha no horizonte.
O imperialismo estadunidense realiza ações típicas de preparação à invasão da Venezuela. A extrema-direita venezuelana, servil a esses interesses, abre as portas para a agressão. Foi nesse sentido o prêmio Nobel para a natimorta política, golpista de carteirinha, Maria Corina Machado, rejeitada pela maioria do povo em pesquisas recentes.
A Venezuela faz a revolução bolivariana, de caráter democrática e socialista. Para além da ganância no petróleo e outros minerais do território venezuelano, o imperialismo não aceita, além de Cuba, outro país, socialista. Cuba não tem petróleo e sofre uma asfixia implacável há décadas.
Maduro “deixará o poder com ou sem negociação”, ameaçou Maria Corina Machado.
Tal assertiva mostra o caráter de sabuja do Trump e traidora do seu povo, desde a época do Chaves. A ganhadora do Nobel da perfídia, prega, sem qualquer pudor, que os EUA invadam o seu próprio país.
Qualquer semelhança com Eduardo Bolsonaro não é mera coincidência, é o neofascismo da extrema-direita.
Quem vai parar esse psicopata imperialista e seus serviçais? Se atacar a Venezuela, terá dado o primeiro passo a ter de fato a América do Sul como quintal. O Brasil, como líder da América do Sul, tem que agir como tal, e não esperar que aconteça. A passividade é cumplicidade.A resposta deve ser contundente.
Em caso de agressão dos EUA à Venezuela, devem ser formados comitês bolivarianos em várias partes da América Latina por voluntários. A tarefa número um no contexto trumpista é a união da América Latina, por um lado, e, por outro, é a manifestação inequívoca da China e Rússia de que não aceitarão transformar a América Latina em quintal dos EUA.
Do Supremo Tribunal Federal à defesa da Venezuela, a lição é a mesma: é hora de firmeza e alinhamento.Não há espaço para mais concessões à direita, seja na política doméstica, seja na geopolítica. A soberania do Brasil e da América Latina exige astúcia e coragem para se opor às forças opressoras do imperialismo neonazifascista.
Francisco Celso Calmon