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Rodrigo Paz de centro-direita é eleito presidente da Bolívia

Fontes: CNN, Poder 360.

Com mais de 97% de urnas apuradas, o candidato do PDC (Partido Democrata Cristão), Rodrigo Paz, foi eleito presidente da Bolívia em uma tendência irreversível, segundo o TSE do país. Paz é senador e ex-prefeito de Tarija.

A esquerda ficou de fora do segundo turno das eleições bolivianas após quase duas décadas no poder. O novo presidente assumirá em novembro, em meio a uma crise econômica e à alta da inflação.

Um dos principais desafios de Paz será lidar com a crise econômica do país. Durante sua campanha presidencial, ele defendeu a descentralização do governo e a promoção do crescimento do setor privado, mantendo os programas sociais.

A esquerda boliviana sofreu um racha depois de uma disputa entre o ex-presidente Evo Morales e o atual mandatário, Luis Arce. O candidato do Movimento ao Socialismo (MAS) — legenda que levou ambos ao poder —, apoiado por Arce, obteve apenas 3% dos votos no primeiro turno. Os opositores Pereira e Quiroga, identificados com a direita, avançaram para o segundo turno, em um movimento inédito no país.

A eleição presidencial na Bolívia foi marcada pelo ineditismo de um segundo turno. Foi a primeira vez na história do país que a população foi às urnas para escolher seu novo mandatário dessa forma.

Outra surpresa do pleito, foi a derrota histórica do MAS (Movimento ao Socialismo), fundado e liderado por Evo Morales, no primeiro turno. O ex-presidente boliviano declarou seu apoio a Rodrigo Paz, que disputou a eleição com Tuto Quiroga, e, no domingo, disse que “votou por obrigação”.

Em discurso após o resultado das eleições, Paz declarou que não é ele quem ganha ou perde, mas o país, e agradeceu ao seu rival, Jorge “Tuto” Quiroga, por seu apelo reconhecendo o resultado preliminar.

“Hoje, após a vitória, estendemos nossa mão para governar com todos os homens e mulheres que amam o país”, disse ele em mensagem aos seus apoiadores em La Paz.

Rodrigo Paz, de 58 anos, chega ao governo com um enfoque pragmático e a promessa de recuperar a estabilidade fiscal da Bolívia, sem abandonar os setores populares que dão dinamismo à economia.

“Não vamos prejudicar a saúde, a educação, a segurança nem os benefícios sociais”, promete Paz, com um discurso moderado e estrategicamente afastado das ideologias.

Nascido na Galícia em 1967, durante o exílio de seu pai, o ex-presidente Jaime Paz Zamora (1989-1993), Paz viveu em dez países antes de chegar, aos 15 anos, à Bolívia.

Jaime Paz Zamora, de 86 anos, foi um dos principais líderes do Movimento de Esquerda Revolucionária (MIR), um partido de esquerda que se tornou centro-direita, onde o próprio Rodrigo Paz iniciou sua carreira política.

O candidato do Partido Democrata Cristão estudou Relações Internacionais e possui mestrado em Gestão Pública pela American University, em Washington, DC.

Com uma vida marcada pela política mesmo antes de nascer, Rodrigo Paz Pereira busca seguir os passos do pai, o ex-presidente da Bolívia Jaime Paz Zamora (1989-1993), e escrever sua própria história à frente do Palácio Quemado. 

Sua carreira em Tarija, a principal região produtora de gás e conhecida como “a carteira do país”, com reivindicações autonômicas, esclarece por que sua campanha foca na descentralização do Estado para dar mais orçamento aos departamentos. 

O plano de governo do Partido Democrata Cristão, intitulado Agenda 50/50, está organizado em três pilares. O primeiro fala de uma “asfixia” em que o Estado concentra cerca de 85% do orçamento nacional, e pede um modelo que redistribua os fundos em metades: uma para o nível central e outra para as entidades territoriais e universidades públicas. 

Rodrigo Paz também propõe o que chama de “Capitalismo para todos” ou “Dinheiro para todos”: um programa de créditos acessíveis, facilidades tributárias para impulsionar a economia formal e eliminar barreiras de importação para produtos que a Bolívia não fabrica, o que inclui a “eliminação” da alfândega. “Vêm tempos melhores. Reduzir tarifas, diminuir impostos, muito crédito, dinheiro para todos”, disse em um evento em Achacachi, em junho. “Capitalismo para todos, não para uns poucos”, tem resumido em várias declarações. 

O terceiro pilar que ele destaca é a reforma da Justiça e o combate à corrupção, que classifica como um problema estrutural do país. Paz terá como vice-presidente Edman Lara, um ex-capitão da Polícia Nacional que foi desligado em 2024 por processos disciplinares. Lara, que havia denunciado supostos casos de corrupção nas forças de segurança, rejeita as acusações. 

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