Novo ataque dos EUA a navio alegadamente envolvido no tráfico de drogas deixa dois mortos
É o oitavo ataque a navios sul-americanos que a administração Trump descreve como narco-barcos, sem apresentar provas. Já foram mortas mais de 30 pessoas.
Conforme noticiado pela Euro Newa em 22/10, as forças armadas norte-americanas efetuaram o oitavo ataque a um barco suspeito de tráfico de droga ao largo da costa da América do Sul, matando mais duas pessoas, informou na quarta-feira o secretário da Defesa dos EUA, Pete Hegseth, em seu perfil no X.
“Ontem, sob a direção do Presidente Trump, o Departamento de Guerra realizou um ataque cinético letal contra uma embarcação operada por uma Organização Terrorista Designada e que praticava narcotráfico no Pacífico Oriental. A embarcação, segundo nossa inteligência, estava envolvida no contrabando ilícito de narcóticos, transitava por uma rota conhecida de narcotráfico e transportava narcóticos. Havia dois narcoterroristas a bordo da embarcação durante o ataque, realizado em águas internacionais. Ambos os terroristas foram mortos e nenhuma força americana foi ferida. Narcoterroristas que pretendem trazer veneno para nossas costas não encontrarão porto seguro em nenhum lugar do nosso hemisfério. Assim como a Al-Qaeda travou guerra contra nossa pátria, esses cartéis estão travando guerra contra nossa fronteira e nosso povo. Não haverá refúgio ou perdão — apenas justiça”.
O ataque, que teve lugar na noite de terça-feira, ocorreu no leste do Oceano Pacífico. Embora a localização exata não seja conhecida, o New York Times refere que o navio partiu de território colombiano.
Os sete ataques anteriores tiveram como alvo navios no Caribe venezuelano, no outro extremo do continente. Depois deste último ataque, as operações deste género da Marinha americana aumentaram consideravelmente o seu alcance: com os dois últimos mortos, o número total de vítimas mortais subiu para 34.
Num comunicado divulgado no domingo, o Ministério dos Negócios Estrangeiros colombiano rejeitou “a ameaça direta” feita por Donald Trump, na qual o presidente norte-americano acusou o homólogo Gustavo Petro de ser “um líder do narcotráfico”.
Ainda no domingo, um barco associado pela Casa Branca ao grupo guerrilheiro colombiano ELN foi destruído numa operação militar que fez três mortos. Gustavo Petro denunciou a ação como uma violação da soberania da Colômbia e acusou Washington de matar civis.
No passado mês de setembro, a Casa Branca deixou de considerar o Estado colombiano como um aliado na luta contra a droga e**, consequentemente, suspendeu a sua ajuda financeira para o efeito**.
A administração Trump evitou levar à Justiça qualquer um dos sobreviventes dos alegados barcos de tráfico de droga. Dois regressaram mesmo aos seus países de origem, Equador e Colômbia.
No Equador, presidido pelo conservador Daniel Noboa, o homem foi libertado na ausência de provas das suas atividades ilícitas.
