O terrorismo dos Estados Unidos da América do Norte e a solidariedade à Venezuela
A Venezuela revogou as licenças de operação de seis grandes companhias aéreas internacionais após a suspensão simultânea de voos provocada por um alerta de segurança emitido pela Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA). A decisão, anunciada pelo Ministério dos Transportes e pelo Instituto Nacional de Aeronáutica Civil (INAC), foi apresentada como um ato de defesa da soberania diante do que Caracas classifica como escalada de pressão e ingerência norte-americana na região do Caribe.
Segundo o Brasil 247, o governo venezuelano afirmou que as empresas Iberia, TAP, Avianca, Latam Colômbia, Turkish Airlines e Gol “aderiram às ações de terrorismo de Estado promovidas pelos Estados Unidos” ao suspenderem “unilateralmente” as operações comerciais para o país. O movimento das companhias ocorreu logo após a FAA recomendar que pilotos e operadores exercessem cautela devido à “intensificação da atividade militar” no entorno da Venezuela.
De acordo com a Reuters, citada por diversos veículos, a suspensão dos voos ocorreu imediatamente após a emissão do aviso norte-americano. Caracas, então, concedeu um prazo de 48 horas para que as empresas retomassem seus itinerários. Como o prazo expirou sem retorno, o governo anunciou a revogação definitiva das licenças.
A medida foi detalhada pelo Opera Mundi, que relatou que Caracas vê o comunicado da FAA como uma tentativa de criar um “clima de instabilidade regional” destinado a justificar uma intervenção e fragilizar o governo venezuelano. O portal destaca que o aviso foi emitido por uma autoridade “sem competência sobre a Região de Informação de Voo de Maiquetía”, o que, para o governo, configura interferência em assunto sob jurisdição venezuelana.
A TeleSur, citada pelas reportagens, reforçou o argumento de que o alerta dos EUA contribui para isolar o país e alimentar narrativas de crise. A emissora também informou que o governo venezuelano considera que os Estados Unidos vêm deslocando forças militares para o Caribe há meses, o que Caracas caracteriza como uma ameaça direta destinada a elevar a tensão diplomática.
O portal Vermelho destacou que o governo tratou a revogação das licenças como um gesto de “defesa da soberania” diante da interrupção unilateral de operações aéreas por empresas estrangeiras baseadas em um documento norte-americano “que não possui qualquer efeito sobre o espaço aéreo venezuelano”.
Em seu pronunciamento, o ministro do Interior, Diosdado Cabello, afirmou que a decisão é definitiva e orientada pela preservação da dignidade nacional. “O governo decide quem voa e quem não voa. Se não retomaram no prazo, que não retomem mais. Fiquem vocês com seus aviões e nós ficamos com nossa dignidade”, declarou, segundo o portal Vermelho.
A revogação das licenças reduz a conectividade internacional da Venezuela e interrompe temporariamente rotas diretas importantes, como Caracas–São Paulo, Caracas–Bogotá, Caracas–Lisboa e Caracas–Madri. Também afeta comunidades venezuelanas que dependem desses voos para deslocamentos familiares, econômicos e humanitários.
Até o momento, não há previsão de retomada das negociações entre o governo venezuelano e as companhias afetadas. Caracas mantém sua posição de que a suspensão dos voos foi parte de uma ação coordenada após o alerta da FAA, o que justificou uma resposta proporcional e imediata.
Fontes de informação: Brasil 247, Opera Mundi, Vermelho
