Brasil vai às ruas contra o feminicídio: mobilização expõe urgência no enfrentamento à violência
Neste domingo (7), manifestações ocorreram em vários estados e em diversas capitais do país em resposta ao aumento dos casos de feminicídio e outras formas de violência contra as mulheres. A mobilização nacional, convocada pelo movimento Levante Mulheres Vivas, reuniu milhares de pessoas e mostrou a força crescente dos grupos feministas, movimentos sociais, coletivos e apoiadores que exigem proteção, políticas públicas e justiça.
Em Brasília, segundo a Agência Brasil, seis ministras, um ministro e a primeira-dama Janja Lula da Silva participaram do ato. Os discursos reforçaram que combater o feminicídio é uma responsabilidade que envolve toda a sociedade. A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, lembrou sua irmã, a vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018 no Rio de Janeiro. Depois, destacou que muitas mulheres seguem invisibilizadas, mesmo diante da brutalidade dos crimes.

“Essa violência que a gente vê hoje em redes sociais, em noticiários, nos territórios indígenas acontece igualmente e nem notícia vira. Elas continuam no anonimato e ainda nem estatística viraram”, lamentou.
O protesto ajudou a denunciar os 26 feminicídios registrados no Distrito Federal em 2025.
Em São Paulo, de acordo com o G1, cerca de 9,2 mil pessoas ocuparam a Avenida Paulista, transformando o ato no maior do país. A manifestação destacou assassinatos recentes que chocaram a região metropolitana, como os de Daniele Guedes Antunes (Santo André) e Milena de Silva Lima (Diadema), ambas mortas por ex-companheiros.


No Rio de Janeiro, conforme o Correio Braziliense, centenas de pessoas se reuniram em Copacabana para denunciar os 79 feminicídios e 242 tentativas registrados no estado em 2025. Casos como o ataque à Aline Nascimento, vítima de agressões mesmo com medida protetiva, reforçaram a indignação das participantes.

As ruas também se encheram em outras capitais. Em Florianópolis, manifestantes caminharam da Ponte Hercílio Luz ao Ticen, homenageando a professora Catarina Kasten, estuprada e assassinada em novembro. Em Belo Horizonte, o ato tomou a Praça Raul Soares e seguiu até a Praça da Estação com cartazes pedindo fim da impunidade. No Recife, cerca de 5 mil pessoas caminharam da Rua da Aurora ao Marco Zero exigindo responsabilização por crimes como o assassinato de Isabele Gomes de Macedo e de seus quatro filhos.

Segundo o G1, mais de mil mulheres foram vítimas de feminicídio em 2025 no Brasil, número que explica a dimensão e a urgência das manifestações deste domingo.

Os atos deixam um recado claro: enfrentar o feminicídio é responsabilidade do Estado, mas também de toda a sociedade. A mobilização nacional mostra que mulheres e aliados não aceitarão mais a normalização da violência . A luta pela vida e pelos direitos das mulheres seguirá ocupando as ruas, os debates e as instituições.
Fontes: Agência Brasil, Correio Braziliense, G1.
