Carta aberta à militância
São Paulo, 14 de julho de 2025

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Caros companheiros e companheiras,

Em meio às eleições internas do PT, o presidente Trump, em carta endereçada ao companheiro Lula, investiu contra o nosso governo e o nosso País. A ação truculenta do imperialismo dos EUA, associada à extrema-direita incentivada pelo bolsonarismo, tenta atropelar nossa soberania e submeter o Brasil às suas ordens.

A sobretaxa de 50% às exportações nacionais, bem como a coação para anistiar Bolsonaro e a corja do 8 de janeiro, se consumada, atingirá a classe trabalhadora, setores médios e empresários.

A única resposta cabível, além do pronunciamento firme e altivo do companheiro Lula, é resistência e mobilização. Aliás, a própria AFL-CIO, principal central dos trabalhadores estadunidenses, condenou o tarifaço que, inevitavelmente, prejudicará trabalhadores do Brasil e dos EUA.

Sob estas condições, o presidente eleito do PT, o companheiro Edinho Silva, terá de liderar o petismo em batalhas decisivas, travadas desde já, que irão confluir para a campanha de reeleição do Lula em 2026. E, para estas lutas, terá nosso apoio e de toda a militância.

Para colhermos vitórias nestas disputas, precisamos de um partido engajado no Plebiscito Popular de 7 de setembro; na campanha pela taxação dos super-ricos; pelo fim da escala 6×1; da redução da jornada sem redução salarial; pela retomada da reforma agrária e a defesa da soberania nacional, entre outras bandeiras.

Um partido de combate, que construa nas ruas e nas redes o principal fator de governabilidade, soldando um grande movimento de massas que desague na reeleição do presidente Lula, em condições que possibilitem levar avante um programa de transformações estruturais.

As urnas deram a vitória ao então nosso adversário interno, mas foram as posições das candidaturas à esquerda que pautaram o debate e que estão sendo chanceladas pela realidade. A conjuntura política está dando razão às nossas posições. Chega de um PT morno, acomodado, sequestrado por acordos às vezes humilhantes, sem perspectiva histórica e desprovido de sua identidade socialista!

Em um processo permeado por abuso de poder econômico, filiações massivas sem controle e intervenção de estruturas de governo – além da inédita e reprovável judicialização de assuntos partidários –, é inegável que o PED necessita ser substituído como método de escolha das direções.

Conclamamos o companheiro Edinho Silva a cumprir sua promessa de convocar, ainda para 2025, o 8º Congresso Nacional do PT, com representantes eleitos a partir da convocação.

Somente um processo verdadeiramente democrático, através das instâncias estatutárias, com ampla participação das bases, pode assegurar a reafirmação da unidade partidária, com a aprovação de um rumo político condizente com a grave situação mundial e de nosso país.

Saudamos toda a militância petista, em especial aquelas e aqueles que, com empenho e consciência, nos deram o seu voto.

Cumprimentamos nossos companheiros que também disputaram a presidência, Romênio Pereira e Valter Pomar, bem como integrantes de todas as chapas, apoiadoras ou adversárias, que participaram do processo.

Continuamos na luta por um PT socialista, radicalmente democrático, popular, socialista, combativo e de massas.

Com a base, construir a esperança!

Rui Falcão