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Contrato do Master com esposa de Moraes previa pagamento de R$ 3,6 milhões por mês

(Fonte: Brasil247)

A apreensão, pela Polícia Federal, de documentos ligados ao Banco Master durante a operação Compliance Zero desencadeou forte reação nos escritórios que representam a instituição. Segundo Malu Gaspar, do jornal O Globo, chamou atenção o contrato firmado entre o banco e o escritório de Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O material foi encontrado no celular do controlador do Master, Daniel Vorcaro. O documento foi localizado em formato digital entre arquivos trocados com funcionários do banco.

O contrato previa remuneração mensal de R$ 3,6 milhões pelo período de 36 meses, a partir de 2024. O escopo era abrangente: o escritório de Viviane deveria representar o Master “onde fosse necessário”, sem a especificação de causas ou processos. Caso integralmente executado, o acordo poderia resultar em R$ 129 milhões pagos ao Barci de Moraes, quantia que não chegou a ser totalmente desembolsada porque o banco entrou em liquidação.

Mensagens indicam que Vorcaro determinava prioridade absoluta aos pagamentos destinados ao escritório da advogada. Enquanto o banco operou, tudo leva a crer que os repasses foram feitos regularmente. Questionados pelo O Globo, tanto o Master quanto o escritório de Viviane não responderam sobre o montante efetivamente pago ou sobre os serviços prestados. No escritório, uma funcionária afirmou apenas que “ninguém falaria” e que não poderia fornecer endereço de e-mail para envio de perguntas. O ministro Alexandre de Moraes também foi procurado, por meio da assessoria do STF, mas não houve retorno.

A queixa-crime apresentada por Vorcaro e pelo Master

Entre os casos em que Viviane Barci de Moraes atuou está uma queixa-crime movida em abril de 2024 por Daniel Vorcaro e pelo Banco Master contra o investidor Vladimir Timerman, da Esh Capital. O documento se relaciona a um histórico de disputas envolvendo Timerman e o empresário Nelson Tanure, acionista da Gafisa.

Na peça jurídica, os autores acusam Timerman de calúnia ao atribuir ao banqueiro participação em eventuais operações fraudulentas envolvendo a Gafisa e o Fundo Brazil Realty, do qual o Master seria cotista. Os advogados afirmam que o investidor buscou “atingir de forma criminosa a honra” de Vorcaro e do banco, sustentando ainda que ele “desacreditou publicamente e comprometeu os atributos dos Querelantes que os tornam merecedores de respeito perante a sociedade civil”.

Além de Viviane, assinam a ação outros dez profissionais do escritório, entre eles os filhos do ministro do STF: Alexandre Barci de Moraes e Giuliana Barci de Moraes. Vorcaro foi derrotado na primeira e na segunda instâncias, embora ainda tenha possibilidade de recorrer.

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