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Em um difícil contexto econômico e social fechamento das urnas confirma baixa participação nas eleições legislativas da Argentina

Fonte: TeleSUR

As autoridades eleitorais relataram uma participação de 66%, a menor taxa na Argentina desde o retorno da democracia em 1983.
A Direção Nacional Eleitoral da Argentina (DINE) informou que as seções eleitorais fecharam às 18h, horário local, no domingo, 26 de outubro, durante um dia em que foram realizadas eleições legislativas para determinar a composição do Congresso para os dois últimos anos do mandato do presidente de extrema-direita Javier Milei.

Nestas eleições de meio de mandato, 36.477.204 argentinos foram elegíveis para renovar 127 cadeiras na Câmara dos Deputados e 24 cadeiras no Senado, que determinarão a composição do Poder Legislativo para os dois últimos anos do governo La Libertad Avanza.
O Voto Único de Papel (BUP) representa um marco na Argentina neste domingo, ao ser utilizado pela primeira vez nestas eleições legislativas.

A coalizão de oposição, Força Pátria, busca replicar o sucesso eleitoral das eleições de 7 de setembro em Buenos Aires e obter maiorias em ambas as casas legislativas para conter as políticas de austeridade do presidente Javier Milei.

Enquanto isso, o partido governista, La Libertad Avanza, busca conquistar assentos no Congresso para promover seu programa econômico neoliberal nos últimos dois anos de seu governo.

Durante o dia, os 24 distritos do país (Capital Federal e 23 províncias) elegeram seus respectivos representantes para a Câmara dos Deputados, onde 127 cadeiras, metade da casa, estão em processo de renovação.

Enquanto oito distritos nomearam suas autoridades no Senado, onde um terço da câmara é renovado, o equivalente a 24 cadeiras: a capital argentina, Chaco (norte), Entre Ríos (leste), Neuquén (sudoeste), Río Negro (sul), Salta (norte), Santiago del Estero (norte) e Terra do Fogo (sul).
Em entrevista à TeleSUR, a socióloga e analista internacional Paula Klachko observou que se espera uma “queda significativa” no apoio eleitoral à coalizão governista de Javier Milei. Klachko observou que, no segundo turno de 2023, a aliança entre o partido La Libertad Avanza e o governo Macri alcançou 56% dos votos, número que as análises atuais projetam como decrescente.

A especialista destacou a importância de territórios-chave, como a província de Buenos Aires, que concentra 14 dos 36 milhões de eleitores do país. Neste distrito, o partido governista sofreu recentemente uma derrota por uma margem de 15 pontos percentuais, o que gera grandes expectativas para os resultados desta eleição.

Klachko enfatizou que o contexto econômico é um fator determinante para o voto popular. “A situação é muito difícil para a maioria popular e as classes médias”, afirmou. Ele atribuiu essa realidade à falência de mais de 15.000 pequenas e médias empresas, demissões em massa no setor público e um declínio geral no consumo devido aos salários mais baixos.

A socióloga descreveu um cenário social crítico, no qual os salários “não são suficientes” e a pobreza está aumentando. “É chocante ver cada vez mais famílias inteiras vivendo nas ruas, catando comida, e esse é um quadro muito triste que cresce a cada dia”, observou.

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