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ENGENHARIA & SOBERANIA

Alexandre santos*

Em abordagem simples e direta, a Soberania de um povo e de um país pode ser dita como a sua capacidade de definir os seus destinos ou, em linguagem mais direta, ‘a capacidade de mandar em si próprio’.

Esta condição requer um conjunto de pressupostos, entre os quais desponta certo grau de autonomia econômica, pois, evidentemente, quem depende economicamente de outrem não desfruta condições objetivas para ‘definir seus próprios destinos’.

Nesta perspectiva, aspectos como crescimento econômico e estágio de desenvolvimento científico e tecnológico ganham importância fundamental no processo de conquista e preservação da Soberania.

Surge, então, clara como água cristalina, a estreita relação entre a Soberania de um Povo e o estágio de aperfeiçoamento e robustez da sua Engenharia – área sobre a qual se baseia a construção física de todos os elementos materiais da Soberania.

Nunca é demais lembrar que, por dar forma a todas as coisas do mundo artificial, a Engenharia está presente em tudo. Assim, a existência e funcionamento dos parques fabris, das redes logísticas (incluindo os portos, aeroportos, estradas rodoviárias, aquaviárias e ferroviárias, os pátios de armazenamento, vias de distribuição, etc.), dos mecanismos físicos de defesa, da produção, armazenagem e redes de transporte e distribuição de energia, da produção de alimentos e bens agrícolas, da produção de água tratada, etc. etc., dependem diretamente da aplicação da Engenharia. Não é sem razão que todas as investidas contra a Soberania nacional contemplam ataques à Engenharia brasileira (vide, por exemplo, a sanha como a LavaJato atacou a Engenharia pesada e a Engenharia consultiva do país). Assim, além das posturas políticas, a defesa da soberania nacional requer a defesa da Engenharia nacional.

É neste sentido que a Engenharia deve estar incluída entre os elementos estratégicos do processo de crescimento econômico, de promoção do bem-estar social e, portanto, do fortalecimento da soberania nacional.

Desse modo, é fundamental que, além do preparo técnico indispensável ao desempenho das suas funções, os profissionais das Engenharias estejam incluídos na banda pensante da sociedade para melhor contribuir com o processo de definição dos projetos e de formação da opinião pública, ganhando o protagonismo compatível com a sua importância política.

Viva a Engenharia brasileira!!!Viva a Soberania nacional!!!

(*) engenheiro civil, ex-presidente do Clube de Engenharia de Pernambuco e coordenador geral da série ‘Engenharia e Desenvolvimento’ levada ao ar pelo Canal Arte Agora

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