FICAR CONTRA A ENGENHARIA BRASILEIRA É FICAR CONTRA O CRESCIMENTO ECONÔMICO DO PAÍS
Alexandre Santos
Não há crescimento econômico sem Engenharia e, em contraponto, não há Engenharia sem crescimento econômico.
Sabendo desta máxima, sempre que podem, com o objetivo de ‘matar dois coelhos com uma só cajadada’ (conter a Engenharia e, por consequência, conter o crescimento econômico do País) os imobilistas – uma categoria politica associada à banda Direita do espectro politico, que reúne gente de índole conservadora e, quase sempre, entreguista – tentam prejudicar a Engenharia brasileira.
Apesar de sempre ter sido assim, a Engenharia brasileira alcançou patamar de excelência reconhecido mundialmente, abrigando grandes profissionais e algumas das principais obras e empresas do Planeta.
Esta condição a transformou [transformou a Engenharia brasileira] em obsessão dos imobilistas, convertendo-a em um dos seus alvos prediletos.
É nesta perspetiva que deve ser compreendida a sanha da Operação LavaJato – que, sob o comando da dupla criminosa Moro-Dallagnol e falso pretexto de combater a corrupção, quase destruiu a Engenharia pesada brasileira, levando algumas das suas principais empresas à debacle.
A sanha destrutiva dessa gente contra a Engenharia brasileira é tão grande que, nos termos do espírito motor do golpe de 2016, decidido a sufocar o setor (e, diga-se de passagem, causar significativo prejuízo à Balança Comercial do País), os deputados federais Mendonça Filho, Greyce Elias, Alfredo Gaspar e Kim Kataguiri tiveram o desplante de apresentar projetos-de-lei (pasme) que negam ou dificultam apoio à exportação de serviços de Engenharia, inclusive proibindo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de financiar obras executadas por empresas brasileiras no exterior.
Além de apoiadas pelos conservadores, imobilistas, entreguistas e ‘capachildos’, as propostas destes deputados encontram guarida naqueles que ainda não compreenderam o propósito lesa-pátria da Operação LavaJato e não percebem a importância do financiamento da exportação de serviços de Engenharia para o crescimento econômico do País.
Observe, por exemplo, a operação de empréstimo R$ 1,09 bilhão em curso no BNDES para habilitar a Embraer à produção de 77 aeronaves que serão vendidas para o exterior – neste caso, o empréstimo será feito diretamente à Embraer, dando-lhe condições de cumprir cronograma de entregas já acertado com importadores em vários países.
No caso da exportação de serviços de Engenharia, o formato do negócio é diferente, pois o empréstimo não é feito à empresa brasileira, mas, sim ao país contratante da obra, o qual se obriga a adquirir os insumos não produzidos localmente a empresas brasileiras.
Fingindo não saber que os principais países contam com estruturas próprias de financiamento para estimular a exportação de bens produzidos pelas suas empresas nacionais, os inimigos da Engenharia brasileira teimam em fazer de tudo para impedir a plena ressurreição e expansão das empresas construtoras e consultivas verde-amarelas.
É importante que a presença mundial da Engenharia brasileira volte a ser estimulada, inclusive através do financiamento dos clientes estrangeiros, favorecendo a ampliação do volume de negócios firmados por empresas brasileiras, impulsionando as respectivas cadeias produtivas e criando postos de trabalho para engenheiros brasileiros no exterior.
É preciso despertar a consciência do caráter estratégico exercido pela Engenharia brasileira para os processos que visam o crescimento econômico, a soberania nacional e a promoção do bem-estar social.
Em última instância, stuar contra a Engenharia brasileira é atuar contra o País.
(*) Alexandre Santos é ex-presidente do Clube de Engenharia de Pernambuco, coordenador-geral da série ‘Engenharia & Desenvolvimento’ e membro da Academia Pernambucana de Engenharia
