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As eleições já começaram, acordos têm prazo de validade findando

(Fonte: Daniela Lima – UOL. O Canal Pororoca reconhece a autoria integral da autora sobre o texto abaixo.)

Cumpriu-se a crônica de uma crise anunciada. A indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, para a vaga de Luís Roberto Barroso no Supremo fez o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), pegar em armas.

O Planalto está ciente do tamanho da confusão. “Vamos fazer o quê?”, diz um ministro de Lula. “Deixar o Alcolumbre indicar o ministro Supremo? É crise? Vamos enfrentar”, conclui.

Entre os aliados de Alcolumbre, há quem pregue acelerar a tramitação da indicação, pautar rapidamente a sabatina na Comissão de Constituição e Justiça e, no mesmo dia, levar o nome de Messias ao plenário. Tudo para que o governo não tenha tempo de articular uma reação.

Hoje, mesmo entre petistas é consenso que Messias não tem os 41 votos necessários para ser aprovado pelo Senado. Com a oposição aberta de Alcolumbre, a situação fica ainda mais complexa.

Lula formalizou a indicação de seu advogado-geral da União para o posto antes de uma viagem internacional, ciente da adversidade no Congresso. O governo já não tem maioria na Câmara e agora esgarçou as relações com o Senado.

Mas a escolha do presidente foi consciente. Ele havia avisado que não poderia deixar o Parlamento “sequestrar” uma atribuição que constitucionalmente compete ao chefe do Executivo: a indicação ao STF.

Aliados do petista lembram que, nos últimos anos, o Congresso foi ampliando seu poder de tutela sobre o Executivo, inclusive controlando parte expressiva do Orçamento, por meio das emendas.

Os bombeiros vão entrar em campo, mas o presidente da República riscou o fósforo, e o do Senado parece disposto a tacar fogo no parquinho.

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