Publicado em 17/10/2025 por Prensa Latina
Brasília, 17 de out (Prensa Latina) O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva defendeu os povos e governos da Venezuela e de Cuba diante da crescente pressão militar dos EUA no Caribe, que ameaça a estabilidade regional.
“O que defendemos é que o povo venezuelano é dono do seu próprio destino, e nenhum presidente de outro país deve ditar como será a Venezuela ou Cuba”, afirmou Lula no 16º Congresso Anual do Partido Comunista do Brasil (PCoB), no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, na capital.
Recentemente, os Estados Unidos atacaram embarcações em águas internacionais perto da costa venezuelana, alegando que as embarcações estavam ligadas ao tráfico internacional de drogas.
Com palavras cordiais, Lula também saudou a presença de uma delegação cubana no fórum e, no contexto da intimidação militar nos trópicos, denunciou mais uma vez a inclusão da ilha caribenha em uma lista unilateral de Estados patrocinadores do terrorismo.
Em outro trecho do discurso, o presidente pediu profunda autocrítica por parte da esquerda, principalmente para enfrentar a ascensão da extrema direita.
Ele ressaltou que a democracia foi derrotada porque não cumpriu seu papel de garantir igualdade, bem-estar social, alimentação, salários, educação e direitos humanos.
Ele refletiu sobre os desafios que a esquerda enfrenta, questionando figuras como o ex-presidente de extrema direita Jair Bolsonaro, que chegou ao poder no Brasil, e defendendo a reconstrução de um projeto que inclui os politicamente desorganizados.
Lula também alertou que a esquerda precisa parar de falar só para si e buscar convencer a população que ainda não foi conquistada.
Ele enfatizou o comportamento e a comunicação dos ativistas, que são cruciais para recuperar a confiança do público.
Ele atribuiu suas derrotas eleitorais anteriores à comunicação. “Muitas vezes penso que nossa linguagem, nosso discurso, está longe do nível de compreensão de milhões e milhões de pessoas que gostariam de nos ouvir”, observou.
Ele mencionou a importância de transformar ideais em práticas concretas e reafirmou seus laços históricos de longa data com o PCdoB, incentivando os militantes a empreenderem a tarefa de reconstrução política após as celebrações do congresso.
Sob aplausos, o ex-líder trabalhista defendeu a calibração do discurso e o direcionamento à classe trabalhadora brasileira, não à elite financeira, reforçando que o desafio é se conectar com aqueles fora do espectro político de esquerda.
Ao final de seu discurso, Lula convidou a população a refletir sobre seus erros e omissões para que a esquerda possa voltar a crescer e conquistar novos adeptos de forma decisiva e prática.