Papa Leão XIV condena as ações militares de EUA | Quando o Papa se manifesta é sinal de que o caso é muito grave
(Fonte: Brasil247. O Canal Pororoca reconhece a autoria integral do site sobre o texto abaixo.)
O Papa Leão XIV criticou, nesta terça-feira (4), o aumento da presença militar dos Estados Unidos no Mar do Caribe, que já resultou em mais de 60 mortes. Durante uma conversa com jornalistas em Castel Gandolfo, o pontífice fez um apelo pela retomada do diálogo entre Washington e Caracas, afirmando que “a violência nunca será o caminho para a paz”.
As declarações foram publicadas pela TeleSUR, que destacou a preocupação do Papa com a tensão crescente entre os dois países e o perigo de uma nova “Guerra Fria” na região.
“A cada cinco minutos sai uma notícia dizendo que eles estão se aproximando cada vez mais da costa venezuelana. Acho que não vamos vencer com violência”, afirmou Leão XIV, referindo-se aos navios de guerra norte-americanos que se deslocam para perto do litoral da Venezuela.
O líder da Igreja Católica conversou com repórteres do lado de fora de sua residência de verão, a Villa Barberini, na Itália. Em tom firme, defendeu o diálogo como caminho para a justiça e a estabilidade. “O que precisa ser feito é buscar o diálogo, encontrar uma maneira justa de resolver os problemas que possam existir em qualquer país”, enfatizou o Papa.
Alerta sobre tensões no Oriente Médio
Ao comentar a situação no Oriente Médio, Leão XIV considerou a trégua vigente “muito frágil”, mas reconheceu avanços na implementação da primeira fase do acordo de paz assinado em 10 de outubro. O pontífice defendeu a continuidade das negociações e alertou para a necessidade de garantir “a governança e os direitos de todos os povos”.Sobre a Cisjordânia ocupada, observou que “a questão dos colonos é realmente complexa: Israel diz uma coisa e, às vezes, faz outra”. Ele pediu união internacional “para trabalharmos juntos pela justiça, para todos os povos”, em referência aos ataques em Gaza, às provocações no Monte do Templo/Haram al-Sharif e às ofensivas contra vilarejos palestinos.
Crítica a restrições religiosas em Chicago
O Papa também mencionou sua cidade natal, Chicago, onde autoridades locais proibiram padres de oferecer a comunhão a migrantes detidos. Citando o Evangelho de Mateus 25, recordou: “No fim do mundo, seremos questionados: como acolhemos o estrangeiro?”. Para Leão XIV, “é necessário refletir profundamente sobre o que está acontecendo”, lembrando que muitos dos afetados “vivem há anos sem nunca causar problemas”.
Ele apelou para que as autoridades “permitam que os agentes pastorais cuidem das necessidades espirituais dessas pessoas”, que estão separadas de suas famílias.
Defesa do trabalho digno e respeito às vítimas
Em alusão ao próximo Jubileu do Mundo do Trabalho e aos recentes casos de mortes durante a jornada laboral — como a do operário de 66 anos que morreu no desabamento da Torre dei Conti, em Roma —, o Papa destacou que “é um direito do ser humano ter um trabalho digno, no qual também possa garantir o sustento de sua família”.
Segundo ele, a Igreja busca “dar um pouco de esperança e tentar unir forças para encontrar soluções”.
Por fim, ao ser questionado sobre o caso do ex-jesuíta Marko Ivan Rupnik, acusado de abusos e em processo no Dicastério para a Doutrina da Fé, Leão XIV confirmou que “algumas obras foram retiradas por respeito às vítimas” e informou que “um novo processo foi iniciado”.
O Papa reiterou o princípio da presunção de inocência: “A Igreja deve respeitar os direitos de todas as pessoas. Esperamos que este processo traga clareza e justiça”.
