Taxa de desemprego no Brasil cai 5,8% em junho, menor nível desde 2012
(Fonte: MSN. O Canal Pororoca reconhece a autoria integral do portal sobre o texto.)
A taxa de desemprego no Brasil caiu para 5,8% no trimestre encerrado em junho, menor nível da série iniciada em 2012, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O País abriu 1,8 milhão de vagas em apenas três meses e alcançou 102,3 milhões de ocupados, número 2,4 milhões superior ao de um ano antes. “O crescimento sustentável da população ocupada, tanto via trabalhadores formais quanto informais, tem se mostrado capaz de se superar a cada trimestre”, afirmou a coordenadora da pesquisa, Adriana Beringuy. O resultado ficou abaixo da mediana das projeções (6%) e reforça a trajetória de redução do desemprego, que era de 6,9% em igual período de 2024.
No setor privado, surgiram 357 mil vagas com carteira assinada em relação ao trimestre anterior e 1,4 milhão na comparação anual, elevando o contingente de celetistas para 39 milhões.
O emprego público também deu impulso: com alta de 5% no trimestre e de 3,4% em 12 meses, o segmento chegou a 12,8 milhões de servidores, recorde da série. “Os serviços de Administração Pública incorporam a sazonalidade da educação, que contribuiu muito para essa expansão, dada a entrada de concursados”, explicou Beringuy. Mesmo os trabalhadores sem carteira cresceram, somando 13,5 milhões.
O mercado aquecido puxou a renda. O rendimento médio real avançou 3,3% em 12 meses e atingiu R$ 3.477, enquanto a massa salarial alcançou R$ 351,2 bilhões, 5,9% acima do patamar de 2024. Só no trimestre, essa massa cresceu R$ 9,9 bilhões. A indústria, setor de salários mais altos, teve papel relevante para o aumento da do rendimento médio e da massa de rendimento.
O nível de ocupação subiu de 57,8% para 58,8% da população em idade de trabalhar, e a população desocupada encolheu em 1,3 milhão, para 6,25 milhões de pessoas. Com isso, a taxa composta de subutilização recuou para 14,4%, a menor para segundos trimestres.
Para Heliezer Jacob, economista do C6 Bank, a nova mínima histórica confirma a tendência de firmeza no emprego: “O mercado de trabalho continuará forte ao longo de 2025, com a taxa chegando ao final do ano em 5,5%”.
Já Marianna Costa, economista-chefe da Mirae Asset, projeta alguma moderação mais à frente, mas sem reversão brusca: “Veremos uma perda de força ainda resiliente; o mercado deve desacelerar com o tempo, mas permanecerá em patamar apertado”, diz. Ela lembra que o juro básico de 15% tende a impactar o emprego por último no ciclo econômico.
A pesquisa também mostrou que o Brasil registrou uma taxa de informalidade de 37,8% no mercado de trabalho no trimestre até junho. Foram 38,718 milhões de trabalhadores atuando de forma informal no período. Em três meses, 529 mil pessoas entraram nessa categoria.
A divulgação da Pnad Contínua foi a primeira a incorporar a série histórica reponderada de acordo com os novos dados populacionais obtidos por meio do Censo Demográfico de 2022. Conforme o IBGE, isso não trouxe mudanças substanciais para a pesquisa.
“A dinâmica do mercado de trabalho e seus indicadores não tiveram efeitos significativos por conta da reponderação. A taxa de desemprego pouco variou da série antiga para a nova”, finalizou.