Tensões entre Israel e o Hamas põe em risco a trégua
Israel e Hamas trocam acusações de violações do acordo de trégua.
Israel informou na quarta-feira (16), que tem se preparado para a abertura da passagem de Rafah, em Gaza, com o Egito, para permitir que palestinos entrem e saiam, enquanto troca acusações com o Hamas sobre violações do cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos (EUA).
A trégua corre o risco de ser derrubada por causa de uma disputa sobre a devolução dos corpos de reféns mantidos pelo Hamas em Gaza. O desarmamento dos militantes e o futuro governo de Gaza são outros pontos do plano que ainda não foram resolvidos.
“Não faremos concessões quanto a isso e não pouparemos esforços até que nossos reféns mortos retornem, até o último deles”, declarou porta-voz do governo de Israel na quarta-feira (15).
O Hamas respondeu que a entrega de mais corpos em Gaza, reduzida a vastas extensões de escombros devido a guerra, exigiria a entrada de maquinário pesado e equipamentos de escavação no território palestino, que está bloqueado por Israel.
Na quinta (16), uma das autoridades do Hamas acusou Israel de ter matado pelo menos 24 pessoas em tiroteios desde sexta-feira (10), desrespeitando assim o cessar-fogo. Ele disse que uma lista dessas violações foi entregue aos mediadores.
“O Estado ocupante [Israel] está trabalhando dia e noite para minar o acordo por meio de suas violações em campo”, declarou a fonte.
Israel não respondeu às acusações, mas já haviam dito que alguns palestinos ignoraram os avisos para não se aproximarem das posições de cessar-fogo de Israel e que as tropas “abriram fogo para remover a ameaça”.
Segundo Israel, a próxima fase do plano de 20 pontos para acabar com a guerra exige que o Hamas abandone suas armas e ceda o poder, o que até agora se recusou a fazer.
O Hamas, por sua vez, lançou uma repressão de segurança em áreas urbanas desocupadas pelas forças israelenses, exibindo seu poder por meio de execuções públicas e confrontos com clãs armados locais.