Terras raras: cidade em Goiás é a única fora da Ásia a produzir em escala comercial quatro elementos essenciais
(Fonte: G1.)
Em Minaçu, na região norte de Goiás, a extração e comercialização de terras raras tem atraído os olhos do mundo. A cidade tem um depósito de terras raras em argila iônica.
Segundo o Ministério de Minas e Energia (MME), a Serra Verde Pesquisa e Mineração (SVPM) é a única mineradora fora da Ásia a produzir em escala comercial os quatro elementos magnéticos essenciais: disprósio (Dy), térbio (Tb), neodímio (Nd) e praseodímio (Pr).
“Esses quatro elementos são essenciais para a fabricação de ímãs permanentes, amplamente utilizados em veículos elétricos, turbinas eólicas e outras tecnologias limpas”, explicou Ricardo Grossi, presidente da empresa.
A empresa iniciou sua produção comercial em janeiro de 2024. Atualmente, a Serra Verde emprega cerca de 400 pessoas no município de 27 mil habitantes.
De acordo com dados do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), o Brasil possui a segunda maior reserva de terras raras do mundo, ficando atrás apenas da China.
A mineradora utiliza técnicas de mineração e processamento de baixíssimo impacto ambiental, com um método de lavra a céu aberto que não exige detonações e que reutiliza a água. A operação é abastecida predominantemente por energia renovável.
A cidade de Minaçu, que no passado teve sua economia focada na exploração do amianto (proibida pelo Supremo Tribunal Federal), vê nas terras raras uma nova possibilidade econômica. O prefeito Carlos Leréia (PSDB) citou que o investimento da Serra Verde é de aproximadamente R$ 3 bilhões e que as expectativas para os próximos anos são otimistas.
Um dos desafios para o Brasil é que o país ainda não tem a tecnologia para refinar (separar) os elementos, enviando o concentrado para processamento no exterior. Especialistas apontam a necessidade de mais investimentos em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias próprias para que o país possa agregar mais valor a essa cadeia produtiva.