ArtigosDestaquesEngenharia e Desenvolvimento NacionalOpiniões

A Engenharia brasileira e os crimes da Operação Lava-Jato


Regularmente – como ocorre nos dias correntes com o tarifaço decretado por Donald Trump -. a Economia brasileira sofre ataques brutais.

Um dos ataques mais duros destes últimos tempos, ocorreu sob a égide da chamada Operação LavaJato – uma farsa jurídica conduzida a partir da Justiça Federal de Curitiba por um time de malfeitores, incluindo juízes, procuradores e delegados federais, que a partir de 2014, sob a bandeira fácil do combate a corrupção, empreendeu lawfare para ajudar a pavimentar o golpe contra a Democracia brasileira em 2016 e sua renovação (renovação do golpe) em 2018, cumprindo o objetivo subjacente de debilitar a Petrobrás e de destruir as empresas brasileiras da construção pesada.

Acobertada pelo manto fácil da moralidade, impulsionada pela campanha golpista em curso na época e animada pela cobertura simpática da mídia corporativa, a LavaJato fez do combate às empresas nacionais grandes shows mostrados ao vivo para todo o País, transformou a prisão e a desmoralização de pessoas em espetáculos, mobilizou a opinião púbica para justificar condenações sem julgamento, satanizou seus alvos [alvos da LavaJato], associando-os à corrupção, gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, organização criminosa, obstrução da justiça, manipulação de câmbio, recebimento de vantagens indevidas. Neste embalo, de elemento estratégico do crescimento econômico, do fortalecimento da soberania nacional e de promoção do bem-estar social, a Operação LavaJato tentou destruir e colar no imaginário popular a pecha de ‘agente da corrupção’ na Engenharia brasileira.

Com efeito, agindo da caso pensado, sob orientação do departamento de Justiça dos Estados Unidos, a dupla Sérgio Moro – Deltan Dallagnol assumiu um papel decisivo no processo que provocou a paralisação de obras, suspensão de contratos, bloqueio da participação de empresas brasileiras em certames licitatórios (inclusive no exterior), enfim, fez de tudo para prejudicar a Engenharia brasileira, barrando o avanço social e político então alcançado pelo Brasil, quebrando a estrutura de funcionamento da Petrobrás e – criando uma situação que provocou a extinção e falência de milhares de empresas, a demissão de milhões de funcionários e a extinção de centenas de milhares de empregos especialmente no âmbito da Engenharia brasileira – quase riscando do mapa gigantes da construção pesada.

A LavaJato provocou muitos prejuízos ao Brasil. A guisa de ilustração, vale notar que, entre 2015 e 2018, as maiores construtoras do País (Odebrecht, Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Queiroz Galvão, Galvão Engenharia, UTC e Constran) experimentaram redução nas receitas de até de 85%, com queda no faturamento de R$ 71 bilhões para R$ 10,8 bilhões. Como resultado dos prejuízos operacionais e financeiros, muitas empresas foram forçadas a deixar o território nacional e o desemprego explodiu no seguimento com demissão em massa de trabalhadores. Aliás, segundo estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a Operação LavaJato foi responsável pelo fechamento de 4,4 milhões de postos de trabalho e pela redução de 3,6% no Produto Interno Bruto (PIB). Vale dizer que, além das empreiteiras da construção pesada, o setor naval e o setor de óleo e gás também foram duramente afetados. Por conta da LavaJato, entre 2015 e 2017, a Petrobras deixou de investir cerca de R$ 104 bilhões.

Vale observar que o despreparo politico dos profissionais da área tornou a Engenharia nacional uma presa fácil para a Operação LavaJato. Com efeito, sem perceber a natureza do pano-de-fundo das ações da LavaJato, os profissionais da Engenharia não ergueram a voz em defesa do setor, permitindo que, ao invés de circunscrito aos corruptos (pessoas físicas), o alegado combate à corrupção levado adiante pela LavaJato atingisse as empresas (pessoas jurídicas e institucionais), levando-as a encerrar atividades como se criminosas fossem).

Junto com os enormes prejuízos, a LavaJato trouxe muitos ensinamentos à Engenharia brasileira, inclusive sobre a capacidade maléfica ao alcance de autoridades venais subordinadas ao exterior.

Que nunca mais um setor econômico brasileiro enfrente de forma desprotegida algo parecido com a LavaJato!

Alexandre Santos- engenheiro civil, mestre em planejamento para o desenvolvimento, ex presidente do Clube de Engenharia de Pernambuco, diretor-geral da série ‘Engenharia &Desenvolvimento’ do canal Arte Agora.

Assine nossa newsletter para receber notícias diárias!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *