Com 121 mortes confirmadas governador considera a megaoperação um sucesso – Governo Federal envia comitiva para o RJ
Fontes: Agência Brasil, G1, CNN.
Na tarde desta quarta, dia seguinte à ação, o governo do RJ confirmou ter contabilizado 121 mortes até o momento. De acordo com o secretário da Polícia Civil, Felipe Curi, na terça havia 58 mortos, sendo quatro deles policiais, e até o fim da manhã desta quarta, mais 63 corpos foram “achados na mata”.
Os moradores da Penha relatam ter encontrado 74 corpos na área de mata da Vacaria, na Serra da Misericórdia, onde se concentraram os confrontos entre as forças de segurança e traficantes. Eles levaram os cadáveres para a praça São Lucas, na Estrada José Rucas, ao longo da madrugada.
Em declaração à imprensa o governador Cláudio Castro (PL-RJ) disse nesta quarta-feira (29) que a megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão, a mais letal da história do Rio, foi um “sucesso”, e que defende tudo que foi feito com muita tranquilidade. Ainda, afirmou que de vítimas só houveram os quatro policiais, manifestando solidariedade às famílias.
Castro não esclareceu porque o número de 64 mortos, anunciado na terça-feira, foi alterado. Também não comentou os outros 64 corpos deixados nesta quarta-feira, por moradores, na Praça São Lucas, na Estrada José Rucas, uma das principais do Complexo da Penha.
O governador voltou a falar do que chama de falta de apoio do governo federal. Disse que espera ter integração e financiamento, e atacou os críticos, dizendo que não vai ficar respondendo nem ministro nem autoridade que queira transformar esse momento em uma batalha política.
Com relação a essa afirmação o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou na terça-feira (28) que não recebeu nenhum pedido do governador Cláudio Castro para a megaoperação da Polícia do Rio de Janeiro. O ministro qualificou a operação de “cruenta” em vista das mortes de agentes de segurança pública e de inocentes. e lembrou que, recentemente, no começo deste ano, o governador do Rio esteve no Ministério da Justiça e Segurança Pública pedindo a transferência de líderes das facções criminosas para penitenciárias federais de segurança máxima. “Foi atendido. Nenhum pedido foi negado”, reforçou.
Segundo o Ministro o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficou “estarrecido” com o número de mortos na Operação Contenção, no Rio de Janeiro, que deixou mais de 100 mortos e, diante da “magnitude do problema”, determinou que a equipe converse com Castro para identificar as necessidades do estado e de que forma o governo federal pode contribuir. “Vamos procurar minimizar o sofrimento do povo, apoiar as forças de segurança e intensificar naquilo que for possível o combate às organizações criminosas”, disse.
Nesta quarta-feira os ministros Ricardo Lewandowski, da Justiça e Segurança Pública; Macaé Evaristo, dos Direitos Humanos e Cidadania; e Anielle Franco, da Igualdade Racial, foram para o Rio de Janeiro para uma reunião com o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro. O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, também fez parte da comitiva. Os integrantes da comitiva do governo querem ouvir o que Castro vai pleitear em termos de ajuda para definir as medidas que caberão ao governo federal.
Já o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quarta-feira (29) que o governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro, preste esclarecimentos sobre a Operação Contenção, que deixou pelo menos 119 mortos. O ministro também marcou para o dia 3 de novembro uma audiência, que será realizada na capital fluminense, para tratar do caso.




