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A Câmara é comandada por um autoritário covarde: o Congresso de Hugo Motta é o inimigo do povo

Motta tem que ser destituído por falta de  maturidade, habilidade e força política. 

A sessão desta terça-feira na Câmara dos Deputados revelou o grau de degradação institucional que Hugo Motta (Republicanos-PB) impôs à Casa. Durante a preparação da votação que pode cassar o mandato de Glauber Braga (PSOL-RJ), o presidente acionou – ou permitiu que se acionasse – a Polícia Legislativa para arrastar um deputado eleito da cadeira da Presidência, empurrar parlamentares que tentaram impedir a violência e intimidar jornalistas que registravam a cena.

Segundo vídeo divulgado por Glauber Braga, houve também a interrupção do sinal da TV Senado, o que adiciona ainda mais gravidade ao cenário.

Quando um parlamentar é atingido pela sua própria casa de trabalho, ou seja, a casa do povo, são seus eleitores que também estão sendo atingidos. 

Hugo Motta é um tirano autoritário e covarde por não assumir a responsabilidade do que aconteceu. E ao afirmar que a ordem não partiu dele, mostrou que não tem comando sobre a Câmara, que não domina a Casa, e que outros – de qualquer setor ou interesse –  determinaram que a Polícia Legislativa agredisse parlamentares e intimidasse a imprensa.

Trata-se de uma caricatura de magistrado.

A câmara é chefiada por um covarde. Motta se esconde e não assume a responsabilidade pelo caos lamentável que ocorreu hoje.

Não se administra uma casa democrática – a chamada casa do povo – sem habilidade e sem maturidade. 

Sua gestão é autoritária e truculenta, palco de insatisfação inclusive entre seus próprios pares da extrema-direita: ignora, negligencia ou simplesmente não respeita que o Parlamento, por excelência, deveria ser um espaço democrático. 

O baronata Legislativo está completamente desmoralizado.

O processo contra Glauber – conduzido com pressa, parcialidade e alinhamentos óbvios com o grupo de Arthur Lira (PP-AL) – foi utilizado como pretexto para uma demonstração de força incompatível com qualquer prática democrática. 

A Câmara, que deveria ser espaço de debate público, transformou-se em um ambiente onde a Polícia Legislativa substitui o diálogo e onde a imprensa só trabalha até o limite permitido pela conveniência do presidente da Casa.

O episódio de hoje não atinge apenas Glauber Braga –  atinge o Parlamento, atinge a democracia e atinge cada eleitor que sabe que a casa do povo não pode operar a serviço de grupos, pressões ou covardias.

O Congresso tem se revelado inimigo do povo, e cabe ao povo enfrentá-lo nas ruas.

Por Francisco Celso Calmon.

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