Congresso protege o crime organizado à medida que enfraquece a PF
O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), condenado por participação na trama golpista, deixou o Brasil clandestinamente, está foragido nos Estados Unidos e, mesmo assim, continua recebendo salário da Câmara dos Deputados. Sua fuga, revelada após ser visto em Miami, desencadeou uma crise entre instituições que já investigavam seus deslocamentos.
Sua viagem gerou crise e cobranças entre instituições responsáveis pela fiscalização. A Agência Brasil confirmou que o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou a prisão de Ramagem depois que imagens mostraram o deputado circulando em Miami, mesmo após a decisão judicial.
Repercussões
Em suas redes sociais, a jornalista Hildegard Angel criticou a situação e responsabilizou a direção da Câmara:
“Ramagem condenado e votando à distância, foragido, vivendo no exterior, recebendo salário, à revelia de decisão do STF, sob os auspícios da Câmara! Hugo Motta precisa ser afastado do cargo e preso. Ele não é nada, é uma marionete, um fantoche, boneco de ventríloquo. É um drone teleguiado pelo cangaceiro Arthur Lira para implodir as ações do governo. O povo precisa ir de novo pra rua.”
Em nota oficial, a Câmara declarou:
“A Câmara dos Deputados informa que não foi autorizada missão oficial no exterior para o Deputado Delegado Ramagem, tampouco houve comunicação à Presidência de afastamento do parlamentar do território nacional. Adicionalmente, informa que o Deputado apresentou atestados médicos nos períodos de 9 de setembro a 8 de outubro e de 13 de outubro a 12 de dezembro.”
Assessoria de Imprensa da Presidência da Câmara dos Deputados
A escolha de Derrite por Hugo Motta no PL Antifacção expõe interferências e riscos à PF
A condução de Hugo Motta na presidência da Câmara tem contribuído para um ambiente institucional cada vez mais frágil.Seu método de comando acentua o desgaste das instituições e alimenta a instabilidade política. O episódio envolvendo Ramagem não é um ponto isolado, mas parte de um panorama mais amplo de sua controversa gestão.
Essa deterioração fica ainda mais evidente na condução política de Hugo Motta ao colocar Guilherme Derrite como relator do PL Antifacção. A escolha entregou um dos projetos mais sensíveis para o enfrentamento ao crime organizado a um deputado envolvido em articulações nebulosas.
Derrite, apadrinhado por Arthur Lira, operou um texto marcado por “remendos” que favoreciam facções e dificultavam a atuação da Polícia Federal. Entre as alterações propostas, estava a proibição do confisco de bens antes do trânsito em julgado – exatamente o tipo de mudança que trava investigações, fragiliza o rastreamento financeiro e ajuda o crime organizado a manter patrimônio ilícito.
O cenário torna-se ainda mais grave quando se observa o ambiente político em torno do relator. Derrite foi visto em jantares com Eduardo Cunha, velho aliado de Ricardo Magro, dono da Refit, pivô de uma megaoperação que apreendeu quatro navios e mais de R$ 290 milhões em combustíveis destinados a transações criminosas. A empresa já era investigada desde os tempos da antiga Refinaria de Manguinhos – e Cunha, desde então, orbitava esse universo.
Ao mesmo tempo, Derrite circulava sob orientação política de Ciro Nogueira, que lhe prometera apoio para disputar o governo de São Paulo em 2026, e com interlocução direta com figuras do governo paulista de Tarcísio de Freitas.
É nesse ecossistema de interferências, pressões, encontros suspeitos e interesses cruzados que Hugo Motta construiu o PL Antifacção, enfraquecendo a capacidade do Congresso de entregar um texto robusto, contribuindo para o desgaste das instituições e asfixiando a PF.
As ações de Hugo Motta revelam suas verdadeiras intenções políticas e escancaram os pactos que sustentam sua aliança com a corja corrupta.
Povo nas ruas antes que Motta faça mais corrupção, prevaricação e estelionato na presidência da Câmara.
Fontes de informação: Agência Brasil, Brasil 247, CNN
