Estamos assistindo, diagnosticando, e não recomendando remédios.
Uma indagação que vem me azucrinando: por que A MÍDIA vem dando tanto espaço a um traidor e agente do Trump?
O biltre só faz jogar merda no ventilador de nossa democracia, não presta nenhum serviço digno de espaço. Cada mais idiossincrasia que comete, mais a mídia divulga.
Será que querem ver o circo pegar fogo? Ou o pano de fundo desse script é um novo golpe?
É sintoma de um jogo perigoso, onde a espetacularização da política alimenta o caos.
Trump e seus capangas podem até dançar sobre os escombros do poder, mas o agredido não esquece a agressão sofrida, a história registra e, com o tempo, cobra.
O presidente norte-americano não será esquecido e os EUA estarão gravados pela história como um aliado inconfiável, desonesto, e confirmam o mantra: países não têm amigos, têm interesses.
Trump é o violador de soberanias e de meninas púberes, e seu fantoche favorito, Bolsonaro, não por acaso, é um terrorista e depravado moral, que atentou contra a democracia brasileira e teve a bandalhice de dizer que “pintou um clima” entre ele e jovens venezuelanas de 14 anos.
Nós x eles. Eles, extrema-direita; eles, super ricos; eles, antipatriotas, entreguistas e sabujos dos ianques imperialistas.
O Ministro Moraes às vezes morde de menos e assopra demais.
Essa prisão domiciliar do criminoso Bolsonaro pouco retirou da liberdade de articular atentados ao Estado democrático de direito e oportunizou encontros da cúpula da extrema-direita em visita à sua confortável prisão domiciliar.
Prisão domiciliar para golpistas é como dar um isqueiro a um piromaníaco e pedir moderação.
Essa tática homeopática só estende e alimenta o clima golpista e a articulação subversiva à Constituição. Razões técnicas para a prisão preventiva do meliante existem há algum tempo.
Enquanto isso, a esquerda enfrenta seus próprios fantasmas.
A geração 68 ainda não foi substituída. Seus quadros ativos permanecem como protagonistas da luta de classes. Entenderam as demandas identitárias, porém, sem embarcar no identitarismo que fraciona a luta da classe trabalhadora, cujo destino histórico é o socialismo.
Preocupa quadros identitários que se comportam como se a história tivesse começado com eles, a ponto de não conhecerem a vida política do século passado e não estudarem para tirar lições do ano internacional de luta de 1968.
Usam a plataforma da soberba e se dedicam ao auto marketing, cultivando a própria imagem, em regra voltado para o cercadinho eleitoral e abandono da luta social.
A luta de classe verdadeira não terá espaço para crescer se a frente da esquerda for tomada por personagens que só falam com a sua bolha, que não têm senso de autocrítica e humildade para admitir que a classe operária como um todo produz política e conhecimento a todo momento.
Se durante as eleições são humildes, solícitos e simpáticos, uma vez eleitos, o sapato alto, a arrogância e a inacessibilidade passam a ser parte de seus caráteres.
Estamos numa conjuntura potencialmente trágica, não é teoria da conspiração afirmar que a extrema-direita está preparando condições para um golpe de estado, com incentivo e patrocínio do imperialismo ianque.
Duas contradições na atualidade são as principais: uma, democracia versus o neonazifascismo, nacional (bolsonarismo) e internacional (trumpismo); duas, a soberania nacional e a intervenção do decadente império estadunidense.
A provocação de uma instabilidade institucional, a figura de um líder da extrema-direita em condições de intentar um golpe, os EUA farão a sua parte, como fizeram 64.
Com quem podemos contar: com o NÓS e com os patriotas.
É necessário, contudo, que haja um plano para organizar, conscientizar e mobilizar a nação.
Em 64 havia organizações, conscientização, não houve planejamento e comando.
Se temer a invasão do país pelos EUA, como foi temida pelo Jango no golpe de 64, então sempre haveremos de ceder.
É hora de cultivar menos o personalismo e mais o patriotismo coletivo.
Lula abraçou alguns inimigos ideológicos, supondo que seriam apenas adversários políticos.
Mas, há sempre uma linha tênue entre tática de conciliação nacional e concessão excessiva a quem ainda conspira nos porões.
Enaltecem acertadamente que os três Poderes são independentes e harmônicos entre si.
É um binômio. Não é ora um, ora outro. Devem andar unidos. São conceitos diferentes que formam uma unidade. Podem divergir em suas diferenças sem deixar de a harmonia, conforme a alma da Constituição de 88.
Se criar uma dualidade antagônica, estará em dissonância com a Carta Magna. E no mesmo sentido há de realçar algumas atribuições ao Executivo que o torna singular.
Há de se saber: as Forças Armadas estão subordinadas ao Presidente, que é o seu comandante em chefe. E mais e sobretudo: o Presidente é chefe de governo e chefe de Estado.
É crucial compreender o quão importante é o fato das FFAA estarem subordinadas ao presidente, pois, como a história bem nos lembra, quando quartéis deixam de ser casernas para virar palanques da agitação, à sombra do golpe volta a rondar.
Portanto, é o presidente, no caso, Lula, que tem a prerrogativa e o dever de defender a soberania da nação.
Ser chefe de Estado é ser a figura pública mandatária que representa a unidade e a legitimidade de um Estado soberano. É encarnar a resistência da nação ante potências estrangeiras e seus capachos internos. Exige pulso firme contra entreguistas com ou sem toga ou farda.
Se pudesse cochichar nos ouvidos do Lula diria: Presidente, dia 25 de agosto é comemorado o Dia do Soldado, participe da ordem dia, da celebração e enalteça que o verdadeiro soldado é o guardião da pátria em qualquer circunstância ante ao perigo de uma potência estrangeira que cobice as nossas riquezas.
Francisco Celso Calmon