Israel anuncia mudança para operações defensivas em Gaza entretanto ataques na madrugada de sábado registram pelo menos seis mortos
Conforme publicado pela Euronews, o exército israelense anunciou no sábado que vai avançar com a primeira fase da proposta do presidente norte-americano Donald Trump para pôr fim à guerra em Gaza e devolver todos os prisioneiros que ainda estão vivos. De acordo com os meios de comunicação social locais, um alto funcionário israelense disse que Israel passou a uma posição apenas defensiva em Gaza e não atacará ativamente mesmo que nenhuma tropa tenha deixado a faixa.
O anúncio foi feito horas depois de Trump ter ordenado a Israel que parasse de bombardear Gaza, após o Hamas ter dito que tinha aceito alguns elementos do seu plano. Trump congratulou-se com a declaração do Hamas, dizendo: “Acredito que eles estão prontos para uma paz duradoura”.
Na sexta-feira, o gabinete de Netanyahu disse que Israel estava empenhado em acabar com a guerra que começou quando o Hamas atacou Israel a 7 de outubro de 2023, sem abordar potenciais lacunas com o grupo militante. O líder israelense tem estado sob crescente pressão da comunidade internacional e de Trump para pôr fim ao conflito.
Entretanto, um alto funcionário egípcio afirma que estão em curso conversações para a libertação de reféns, bem como de centenas de prisioneiros palestinos detidos por Israel e, de acordo com a imprensa, o enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, e Jared Kushner deverão viajar para o Egito este fim de semana para ajudar a finalizar os detalhes do plano dos EUA para acabar com a guerra. De acordo com o funcionário egípcio, os mediadores árabes estão preparando um diálogo abrangente entre os palestinos, especialmente destinado a unificar a posição palestina em relação ao futuro de Gaza.
No sábado, a Jihad Islâmica Palestina, o segundo grupo militante mais poderoso em Gaza, disse que aceitou a resposta do Hamas ao plano de Trump. O grupo tinha anteriormente rejeitado a proposta.
Mas apesar da atual dinâmica, muitas questões permanecem, especialmente porque o segundo aniversário do ataque do Hamas, que desencadeou a guerra em 7 de outubro de 2023, chega na terça-feira.
De acordo com o plano de paz de Trump, o Hamas libertaria os restantes 48 reféns – cerca de 20 dos quais se acredita estarem vivos – num prazo de três dias. O Hamas renunciaria também ao poder e desarmar-se-ia. Em troca, Israel interromperia a sua ofensiva e retiraria de grande parte do território, libertaria centenas de prisioneiros palestinos e permitiria a entrada de ajuda humanitária e a eventual reconstrução.
O Hamas afirmou que está disposto a libertar os reféns e a entregar o poder a outros palestinos, mas que outros aspectos do plano requerem mais consultas. A declaração oficial também não abordou a questão da desmilitarização, uma parte fundamental do acordo.
Apesar de os meios de comunicação social israelenses terem afirmado que as Forças de Defesa Israelenses tinham passado a operações defensivas, as autoridades da Faixa de Gaza afirmaram que os disparos israelenses mataram seis pessoas em toda a Faixa de Gaza no sábado. De acordo com o pessoal médico e as autoridades de Gaza, um ataque matou quatro pessoas numa casa na Cidade de Gaza e outro matou mais duas na cidade de Khan Younis, no sul do país.
No sábado, o porta-voz do exército israelense, em língua árabe, advertiu os palestinos numa declaração contra o regresso à zona a norte de Wadi Gaza, descrevendo-a como uma zona de combate