A partir dos acontecimentos deste domingo (7), ficou impossível ignorar as fissuras que atravessam a extrema-direita. O que antes era vendido como “união”, agora expõe rachaduras explícitas, protagonizadas pelos próprios filhos de Jair Bolsonaro. As tensões eleitorais de 2026 saíram do bastidor e se tornaram espetáculo público, revelando o que muitos já previam: sem Bolsonaro elegível, o bolsonarismo ameaça implodir de dentro para fora.

As reações começaram com Carlos Bolsonaro, que partiu para o ataque contra aliados de Tarcísio de Freitas após a pesquisa Datafolha indicar maior competitividade do governador paulista em relação a Flávio Bolsonaro. Em fúria, Carlos chamou apoiadores de Tarcísio de “putinhas do sistema”, acusando parte da própria extrema-direita de trair o clã e trabalhar para destruir o nome de Bolsonaro. Para ele, essa ala teria abandonado a “unidade”.

Os “isentões” e os “limpinhos”, aqueles que diziam lutar pela “união da direita”, hoje já não querem mais união alguma. Por quê? Porque muitos se revelaram aquilo que sempre foram: putinhas do sistema.

Estão mais uma vez sendo desmascarados – e ainda haverá mais revelações. O…

— Carlos Bolsonaro (@CarlosBolsonaro) December 7, 2025

A ofensiva de Carlos reforça outro dado que incomoda o grupo: o Datafolha aponta que o sobrenome Bolsonaro virou passivo eleitoral, enquanto Tarcísio permanece competitivo. Diante desse cenário, o bolsonarismo passa a travar uma guerra interna e disputas de protagonismo que corroem sua própria base.

Do outro lado, Flávio Bolsonaro tenta impor sua pré-candidatura à Presidência ao afirmar, em entrevista à Record, que só desistirá caso Jair Bolsonaro estiver “livre, nas urnas”. Ao fixar uma condição impossível, ele trava articulações, pressiona aliados e deixa claro que não pretende abrir espaço para Tarcísio nem para qualquer outra alternativa da extrema-direita.

O resultado é um campo político em combustão: filhos do ex-presidente atacando antigos aliados, disputas internas expostas e a direita radical fragmentada num momento decisivo para 2026. Ao mirar parte da própria extrema-direita, o bolsonarismo aprofunda as tensões que já vinham se acumulando.

O cenário agora é de implosão em curso. Resta acompanhar os próximos dias e meses para entender como essas fraturas vão se reorganizar – ou se tendem apenas a se ampliar à medida que a disputa presidencial se aproxima.

Fonte de informação: Brasil 247.