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Por uma nova República

“Esses são processos que sempre vão estar ocorrendo. Bancos são instituições falíveis. Acontece nos EUA, acontece na Suíça… isso acontece. O importante é a gente sempre aprender e inovar para não cairmos na repetição de problemas que aconteceram no passado”, declarou o presidente do Banco Central.

Declarações como estas levam temor ao investidor e aos correntistas. Em eras passadas levariam o povo a sacar e guardar o dinheiro em cofres.

Depois do PROER era para o BC não errar mais.

Vale lembrar que o PROER (Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional), criado no governo de Fernando Henrique Cardoso, obrigou o Banco Central a agir de forma preventiva, saneando bancos em risco para evitar o colapso do sistema financeiro. Uma intervenção dura, custosa, mas que deixou lições claras de que crises bancárias são previsíveis – e, portanto, evitáveis.

O mínimo que se espera da autoridade monetária é vigilância técnica e ação concreta. Não cabem narrativas reconfortantes nem discursos idílicos que tentam suavizar falhas antecipáveis.

Galípolo é muito bom de narrativas e platitudes que soam bem para banqueiros, mas de competência questionável para a sociedade. Lembra em muito o xarope Henrique Meirelles

Se o BC não prospecta o que está para acontecer com os bancos que estão temerários, que acompanhamento é esse que fazem? Para só justificar depois do ocorrido com historietas toscas.

Instituições bancárias que oferecem altas taxas de remuneração por seus títulos, são, em potencial, arriscadas, e o BC tem a função de perceber antes da crise instalada e alertar.

O rombo no FGC chega a R$ 41 bilhões, isto só robustece as críticas sobre a falta de ação tempestiva. A letargia contribuiu para as dimensões inéditas do problema.

Para todo fracasso, o presidente do BC tem sofismas prontos para disparar, argumentos genéricos e sem respaldo técnico.

A atual diretoria, toda indicada pelo Lula, tem sido um fiasco para o Brasil. A indagação que é recorrente é: quem sugeriu nomes tão intrinsecamente ligados ao mercado e tão notadamente incompetentes?

Se não bastasse a ladainha da manutenção pelos juros indecentes, os maiores do mundo, agora mais esse amadorismo.

Um BC cujos dirigentes, ontem, hoje e sempre, se declaram contrários ao pleno emprego. Que ideologia os move, que Brasil gostariam de construir?

Não é mais possível errar tanto nas indicações para a área econômico-financeira e para a área jurídica, especialmente se levarmos em conta a quantidade de dedos podres ocupando postos decisivos.

Não se trata apenas de más indicações, mas da gradual naturalização de práticas que empurram o país para uma zona de insegurança institucional, onde decisões estratégicas deixam de servir ao interesse público, esvaziando o verdadeiro sentido republicano.

A sociedade não pode ficar alienada do que ocorre nos bastidores dessas escolhas.

Agora, nem mesmo a indicação de um ministro para o STF, prerrogativa exclusiva do Presidente da República, os usurpadores do poder Executivo deixam de atravancar.

O senador Alcolumbre quer ser para o Lula o que o deputado Lira foi para o Bolsonaro. Ocorre que o atual presidente da República é cioso de seu mandato popular, não delegável, e nem precisa de alterego.

É necessário restaurar a República!

Francisco Celso Calmon

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Francisco Celso Calmon

Francisco Celso Calmon, Analista de TI, administrador, advogado, autor dos livros Sequestro Moral – E o PT com isso?, Combates Pela Democracia, 60 anos do golpe: gerações em luta, Memórias e fantasias de um combatente; coautor em Resistência ao Golpe de 2016 e em Uma Sentença Anunciada – o Processo Lula. Coordenador do canal Pororoca e um dos organizadores da RBMVJ.

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