Governo Cercado: Como Galípolo Encarna a Infiltração Interna
A Selic a 15% é um acinte a toda teoria de economia política, e também uma contradição com o cenário mundial.
E o Galípolo, que foi um camaleão, bem disfarçado, aliás, cuja fisionomia me parece de uma pessoa cínica, hipócrita, corre o risco de não parar em 15%. Corre o risco.
E esse método de juros já ficou provado que ele não reduz a inflação nenhuma. Ele só leva ao aumento da inflação, na medida que aumenta o juros. Aumenta o valor de empréstimo, o valor de investimento, o valor de consumo, enfim, o dinheiro fica mais caro.
Eu vejo dois caminhos para segurar o Galípolo, o representante natural e originário do mercado financeiro, que são os seguintes.
Um movimento forte dos funcionários do Banco Central, em virtude do projeto que ele tem de transformar o Banco Central numa empresa privada.
E dois, o governo tomar vergonha, e, no Conselho Monetário Nacional, que tem dois elementos do governo, a ministra de Planejamento e o ministro da Economia, a Tabet e o Haddad, tomarem vergonha, se imporem diante do Galípolo e elevarem a meta da inflação para 5%.
Não adianta líderes do PT passarem pano e protegerem o presidente do BC. Ele é um agente do mercado. Pior: é cínico.
Galípolo está fazendo o que só ingênuos poderiam esperar outra coisa de um agente oriundo do mercado; a questão é quem o indicou para o Lula, como o “menino de ouro”? Porque o CMN não altera a meta da inflação, sendo dois componentes membros do governo. Quem preparou o cadafalso da forca?
Quem o levou para o Ministério da Fazenda foi Haddad, quem sugeriu o nome dele para o Lula como o quadro certo para o BC foi igualmente Haddad.
O raciocínio fecha ou precisa desenhar?
Meus dedos estão calejados de reescrever a assertiva que faço há alguns meses,
mais do que alguns longos meses, de que o governo está cercado por fora e minado por dentro.
Mas essa infiltração interna que trabalha contra o governo não foi obra dos adversários, e sim da própria política de conciliação e de cessão ao mercado e as forças de direita, inclusive, de certa forma, até de extrema direita, basta ver os quadros bolsonaristas no governo.