Iván Cepeda vence o referendo do Pacto Histórico e será candidato à presidência da Colômbia
Fonte: TeleSUR
Com 64,02% dos votos válidos, o senador Iván Cepeda Castro se consolidou como candidato do Pacto Histórico para as eleições gerais de 2026.
Em meio a uma jornada histórica de consulta interna na Colômbia, na qual está sendo definido o candidato presidencial da coalizão Pacto Histórico para as eleições gerais do próximo ano, o senador colombiano Iván Cepeda Castro foi confirmado como vencedor do processo, com uma tendência agora irreversível, segundo o Boletim 17 do Registro Nacional, entidade encarregada de organizar as eleições.
Com 34 pontos de vantagem sobre a segunda candidata mais votada, Carolina Corcho, Cepeda está confirmada como candidata da coalizão Pacto Histórico, composta pelo Polo Democrático, União Patriótica, Partido Comunista Colombiano e outras forças políticas.
Com um total de 15.958 seções eleitorais processadas, das mais de 19.000 instaladas durante o dia, segundo dados do Cartório Eleitoral, e um total de 1.428.648 eleitores, a senadora obteve 64,02% dos votos, o equivalente a um total de 800.839 votos.
Após a divulgação dos resultados, o presidente colombiano, Gustavo Petro, comemorou o resultado com uma mensagem em suas redes sociais: “A democracia prevalece e devemos obedecê-la. O povo escolheu livremente. E agora cabe à sociedade colombiana decidir, se para trás ou para frente.”
Apesar de toda a sabotagem confirmada ao longo do dia, com as inúmeras falhas apresentadas durante o processo, a coligação de esquerda recebeu amplo apoio popular, refletido na participação massiva de eleitores que compareceram às urnas.
Em reunião com apoiadores do Pacto Histórico após o anúncio dos resultados iniciais irreversíveis, o agora candidato à presidência agradeceu aos mais de dois milhões de colombianos que votaram nele.
Ele expressou sua gratidão especialmente aos camponeses, povos indígenas, comunidades afrodescendentes e bairros populares que conseguiram votar hoje, apesar de todas as dificuldades que o Cartório de Registro Civil permitiu durante as eleições.
Ele enfatizou que essas eleições reafirmaram o Pacto Histórico como a força democrática mais pujante do país: “Demonstramos que somos uma força essencialmente democrática, que não tem medo da democracia e que competiu com os cidadãos nas urnas.” Devo minha gratidão a esse grupo de pessoas que foram vítimas de violência no país. Ele também agradeceu ao presidente, seus parceiros de coalizão e sua equipe.
Quem é Iván Cepeda Castro, o candidato do Pacto Histórico para as eleições colombianas de 2026?
Ele é um político e filósofo de 63 anos que iniciou sua carreira política em 2010, após ser eleito para a Câmara dos Deputados do país. Como senador, desde 2014, Cepeda tornou-se um dos principais detratores do ex-presidente Álvaro Uribe Vélez, denunciando inúmeros crimes e contravenções cometidos durante o governo do líder de direita, recentemente condenado por fraude e suborno.
Cepeda tornou-se uma das principais vozes do país na denúncia dos males da violência política e prometeu mudar essa realidade se se tornar presidente em 2026, seguindo os passos do atual presidente Gustavo Petro. O senador está ciente do sofrimento das vítimas de violência, pois seu próprio pai, o senador Manuel Cepeda Vargas, foi assassinado por uma organização criminosa de extrema direita em 1994.
O líder do Pacto Histórico nasceu em Bogotá em 24 de outubro de 1962. Estudou na Escola Camilo Torres e ingressou na Juventude Comunista Colombiana ainda muito jovem. Por razões de segurança, sua família decidiu que ele deveria estudar na Europa, onde se formou em Filosofia (1987, Universidade St. Klement Ohridski, Sófia, Bulgária) e fez mestrado em Direito Internacional Humanitário (2002, Universidade Católica de Lyon, França).
Desde que ingressou na política colombiana, destacou-se por sua firme defesa dos direitos humanos e pela busca pela paz, demonstrada em seu papel como facilitador do processo de paz entre o governo colombiano e as FARC-EP, no diálogo com o ELN e no processo de levar o Clã do Golfo à justiça.
Ele defenderá essa luta pela democracia e pela paz em sua campanha presidencial, que se estenderá até março de 2026.
